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A formiga no carreiro

Sinal das dificuldades que o país atravessa - e do desemprego crescente - os aumentos salariais estão ao nível mais baixo dos últimos oito anos. Em média, no primeiro trimestre, foram de 1,9%, muito longe dos 4% conseguidos em 2002.

 

Do meio milhão de pessoas cujas tabelas salariais foram actualizadas, entre Janeiro e Março, mais 332 mil trabalham na construção, onde a subida não passou de 1%. "O aumento foi escasso", mas foi o possível, disse Joaquim Martins, secretário-geral do Sindicato da Construção e Obras Públicas. E, somou Reis Campos, presidente da Confederação da Construção e Imobiliário, foi negociado quando o Governo ainda garantia querer levar por diante obras como o comboio de alta velocidade ou o novo aeroporto de Lisboa.

A construção civil é só um exemplo, ainda que extremo, da situação do país. No primeiro trimestre do ano, as negociações entre entidades patronais e sindicais ditaram um aumento médio das tabelas salariais de 1,9%, bem abaixo dos 2,6% acordados na mesma altura do ano passado, altura em que a Função Pública teve uma subida de 2,9% (este ano, os salários ficaram congelados).

Os aumentos referem-se às tabelas salariais, o mínimo que uma empresa pode pagar a um trabalhador. No início deste ano, além da construção civil, foram actualizados os valores relativos, por exemplo, ao comércio do Porto e de Aveiro, aos serviços de limpeza ou a várias misericórdias.

 

Construção sem perspectivas

Na construção, estima Joaquim Martins, perto de 35% dos trabalhadores ganham pela tabela; os restantes ganharão acima. Mas realça que muitos levam para casa o salário mínimo, que continua a ter fortes subidas anuais, a caminho dos 500 euros no próximo ano. "Só por aí houve um aumento salarial significativo", realça.

Do lado das empresas, Reis Campos aceita os 1% negociados, apesar de, entretanto, se terem desvanecido as expectativas de trabalho para o Estado. "Não será um aumento de salários de 1% que trará problemas às empresas".

 

Os problemas reais, diz, são muito mais profundos. E dispara dados: em 2002, foram construídos 114 mil fogos, no ano passado, foram menos de 27 mil; de Janeiro a Abril, o valor das obras públicas adjudicadas caiu para menos de metade face ao homólogo; e perdeu 206 mil trabalhadores desde 2002, sendo responsável por um terço dos 600 mil desempregados oficiais do país. "Nos últimos dois anos, o desemprego chegou a um nível como eu não me lembro de ter visto", disse Joaquim Martins.

E poucas melhorias se perspectivam. As obras públicas continuam paradas; a construção nova não se vende; e a lei do arrendamento não conseguiu pôr a reabilitação urbana a funcionar.

 

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http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1615474

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