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A formiga no carreiro

Desigualdade de salário entre os sexos tem crescido e atinge sobretudo as mais qualificadas


Para ganhar perto de 3700 euros, um homem tem que trabalhar quatro meses; uma mulher precisa de mais um mês de trabalho para alcançar esse valor. Em Portugal, a discriminação salarial ainda é uma realidade, mesmo entre pessoas com as mesmas tarefas.


Numa grande empresa de cortiça, quatro mulheres trabalham numa máquina, no turno da manhã. Às 15 horas começa o turno da tarde, ocupado só por homens. Eles ganham 668 euros; elas levam para casa menos 75 euros. Este é um dos exemplos de discriminação salarial contado por Alírio Martins, do Sindicato dos Corticeiros, mas não é único, nem exclusivo da cortiça. Confrontadas com casos como este, as empresas têm sempre uma desculpa, disse Odete Filipe, da CGTP. "Arranjam um suplemento de qualquer coisa, uma tarefa adicional que justique a diferença", disse.


Pagar um salário diferente por trabalho igual é ilegal, mas há casos que, ainda que estando dentro da lei, revelam bem até que ponto Portugal é um país desigual.


Para elas, estudar não ajuda


O JN analisou o salário base de homens e mulheres. Tratando-se do valor base, deixa de fora, por exemplo, subsídios de chefia, já que os homens ocupam mais cargos de hierarquia. Sem acrescentos e em média, um homem ganha 916 euros; uma mulher leva para casa 748 euros, menos 169 euros (ler página ao lado). E a situação tende a piorar. Poder-se-ia pensar que, com o nivelamento de qualificações entre os sexos, o passar do tempo e a mudança de mentalidade, o valor do salário de uns e outros se aproximasse. Mas não.


Maria Pilar Gonzalez, da Faculdade de Economia do Porto, procurou as causas da discriminação no salário. Concluiu que uma parte tem a ver com as diferenças nas características produtivas e dos empregos; outra parte tem a ver com discriminação pura e simples. A conclusão foi clara: a "parcela mais relevante do diferencial salarial (...) traduz (...) práticas discriminatórias dos empregadores", lê-se no estudo. E, se entre os mais velhos, a discriminação tem-se "mantido estável", já as jovens são mais atingidas. Entre elas, "a discriminação representa uma percentagem cada vez mais significativa do diferencial salarial".


Ninguém conta o trabalho de casa


O facto de a diferença salarial entre os sexos ser maior quanto mais se sobe na qualificação é um "paradoxo", diz Natividade Coelho, presidente da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego. Tal como o silêncio das mulheres. "Nunca tive uma queixa por discriminação", disse.


Entre os quadros superiores, a diferença de salário chega a 30,5%: se o homem ganha 1000 euros, a mulher ganha 695 euros. Nos quadros médios, a diferença desce para 19,5%. No limite inferior, dos aprendizes, o salário deles é superior em "apenas" 8,3% ao delas.


E, diz Natividade Coelho, não se considera o trabalho não remunerado, nas tarefas domésticas e no acompanhamento de crianças e idosos. Se os homens passam mais uma hora, em média, no emprego, já elas trabalham mais três horas em casa. No total, as mulheres acabam por trabalhar quase 13 horas por dia, mais duas horas do que os homens. A discriminação não termina aqui, nem é só contra as mulheres. A responsável lembra o caso de homens pressionados pela sociedade e pelo empregador a não usufruir da licença de parentalidade. "É também uma forma de discriminação", disse.


Discriminação na cortiça está escrita no contrato colectivo e só acabará em 2015


A cortiça é exemplo de discriminação salarial entre homens e mulheres. Além de haver casos específicos de "trabalho igual mas salário diferente", consoante se é homem ou mulher, tem também um contrato colectivo que institui diferenças significativas de salário entre profissões equiparáveis. Se até há poucos anos, havia uma tabela salarial escrita no feminino e com valores mais baixos, recentemente sindicatos e APCOR integraram as mulheres num grupo salarial à parte, cujo salário é 75 euros inferior ao do grupo masculino. Joaquim Lima, da APCOR, garante que o tal grupo, o XV-A, não é exclusivamente feminino e que as laminadoras, por exemplo, que ganham 593,12 euros fazem trabalhos diferentes dos laminadores, que ganham 668,21 euros. Assegura que o aumento extraordinário de 12 euros que elas terão até 2015, e que irá eliminar a diferença entre os dois grupos, se deve à "evolução natural do sector", que passou a valorizar de forma diferente o trabalho desempenhado pelas mulheres. Já Alírio Martins, do Sindicato dos Corticeiros, assegura outra versão: que o tal grupo só tem mulheres, cujo trabalho é, em muitos casos, igual ao dos homens, mas pior remunerado. Em todo o caso, tanto o sindicato quanto a associação patronal reconhecem a existência de casos em que exactamente o mesmo trabalho é pago de maneira diferente - realidade que ambos garantem tentar combater.

Fonte JN (aqui)

Uma mudança da lei fez com que dezenas de autarquias suspendessem as transferências de dinheiro para os serviços sociais dos funcionários.

Sem dinheiro por parte das câmaras, impedidas de o fazer por decisão do Tribunal de Contas, os Serviços Sociais e Culturais de apoio aos funcionários das autarquias correm o risco de fechar o que pode afectar milhares de trabalhadores. Só em Lisboa são cerca de 20 mil.

 

Estes organismos funcionam de forma autónoma. São geridos pelos próprios funcionários, mas muitas autarquias já deixaram de os financiar.

Dezenas de Câmaras Municipais suspenderam as transferências de dinheiro para os serviços sociais e culturais dos trabalhadores. Entre elas, Lisboa, Porto, Coimbra, Gaia, Sintra, Leiria ou Évora.

A decisão surgiu depois de um relatório do Tribunal de Contas que diz que por lei esse financiamento não é permitido.

Cerca de uma centena de serviços de apoio aos funcionários das autarquias reúnem-se amanhã para contestar a decisão.

 

O presidente dos Serviços Sociais da Câmara de Lisboa, Fernando Silva, que organiza o encontro, explica que por todo o país os serviços de apoio aos funcionários municipais correm o risco de fechar.

Certos benefícios já tiveram de ser cortados em algumas autarquias. Só em Lisboa os serviços sociais dão apoio a mais de 20 mil pessoas, funcionários e família.

 

Até Abril há dinheiro. Depois, sem solução, o fecho é o cenário mais provável, como explica Fernando Silva.

Os Serviços Sociais e Culturais de apoio aos funcionários dos municípios pedem ao Parlamento que clarifique, com a urgência, a lei para acabar com a interpretação do Tribunal de Contas.

Fonte TSF (aqui)


ANMP pediu esclarecimento ao TC sobre transferências para serviços sociais dos funcionários
 
Viseu, 04 fev (Lusa) - A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) pediu um esclarecimento ao Tribunal de Contas (TC) sobre as transferências de dinheiro para os serviços sociais dos funcionários, disse hoje o presidente, Fernando Ruas.
 
A TSF avançou hoje que, "sem dinheiro por parte das câmaras, impedidas de o fazer por decisão do Tribunal de Contas, os Serviços Sociais e Culturais de apoio aos funcionários das autarquias correm o risco de fechar, o que pode afetar milhares de trabalhadores".


Em declarações à agência Lusa, Fernando Ruas lembrou que "as câmaras sempre apoiaram os seus serviços sociais", mas "em determinada altura colocou-se a questão se era correto ou não", tendo-se então socorrido de "pareceres da Direção Geral das Autarquias Locais e da secretaria de Estado respetiva que confirmavam essa possibilidade".
Fonte SIC (aqui)

 

 

 O n.º 3 do Artigo185.ºdo Regime de Contrato de Trabalho em Funções (RCTFP), aprovado pela Lei 59/2008 de 11 de Setembro, tem suscitado algumas dúvidas de interpretação e más aplicações, neste sentido foi pedido parecer à Provedoria de Justiça de forma a clarificar a extensão do referido n.º 3.

Na redacção do artigo 185.º (Tipos de faltas) lê-se: 

(…)

2(…)

(…)

f)As motivadas pela necessidade de tratamento ambulatório, realização de consultas médicas e exames complementares de diagnóstico que não possam efectuar-se fora do período normal de trabalho e só pelo tempo estritamente necessário;)

(…)

 

 

3 - O disposto na alínea f) do número anterior é extensivo à assistência ao cônjuge ou equiparado, ascendentes, descendentes, adoptandos, adoptados e enteados, menores ou deficientes, em regime de tratamento ambulatório, quando comprovadamente o trabalhador seja a pessoa mais adequada para o fazer.

 

 

Em resultado, na referida norma estavam excluídas as faltas motivadas para realização de consultas médicas e exames complementares de diagnóstico que não fossem efectuadas em situação de tratamento ambulatório.

 

 

Ora, o Parecer da Provedoria é bastante claro ao considerar justificada a ausência ao serviço motivadas pela necessidade de prestar assistência ao cônjuge ou equiparado, ascendentes, descendentes, adoptandos, adoptados e enteados, menores ou deficientes, em caso de realização de consultas médicas e exames complementares de diagnóstico.

 

 

 

 

Informa ainda que este entendimento foi transmitido ao Secretário de Estado da Administração Pública, pedindo-lhe a emissão de uma orientação dirigida a todos os serviços da Administração Pública, no sentido de procederem à interpretação extensiva e solicita a hipótese, através de uma alteração legislativa, de se proceder a uma clarificação formal deste domínio.

 

Os funcionários públicos que se aposentarem este ano vão sofrer uma forte penalização. São menos 1244 euros por ano devido às alterações aos cálculos das reformas na Administração Pública introduzidas pelo Governo, o que tem provocado uma corrida às reformas antecipadas, estando em risco alguns serviços públicos por falta de pessoal.



O Orçamento do Estado para 2010 prevê uma poupança de 28 milhões de euros com a despesa das pensões do sector público o que, aliado à previsão de 22 500 funcionários que passem este ano à reforma, a redução média anual na pensão é de 1244 euros. Os números são oficiais e as contas foram feitas por Eugénio Rosa, economista e membro da CGTP, que divide o valor da poupança pela estimativa de aposentados em 2010.


Esta penalização só vai atingir os que se aposentarem depois da publicação do Orçamento do Estado em Diário da República, pelo que já há uma autêntica corrida dos funcionários públicos para passarem à reforma antes desse prazo. "Não temos feito mais nada", garantem os dirigentes sindicais. José Abraão, do Sintap/Fesap, revela ao CM que "estão em risco alguns serviços da Segurança Social", dado que num curto espaço de tempo já perto de dois mil funcionários pediram a aposentação.


Para o presidente do STE, Bettencourt Picanço, os trabalhadores estão indignados com estas penalizações. "É um roubo claro e descarado do Governo", refere sobre a penalização de 1244 euros.


As alterações, realça o estudo de Eugénio Rosa, terão o mesmo impacto negativo "nos trabalhadores que se aposentarem nos anos seguintes", que "receberão pensões mais baixas durante toda a vida, uma vez que a base de partida das futuras actualizações é mais baixa".


Mesmo antes de chegarem à reforma, os funcionários vão ter de lidar com o congelamento dos salários que faz cair o poder de compra em 8% face ao início de 2000.


PEDIDOS SERÃO TODOS ATENDIDOS


Segundo apurou o CM junto do Ministério das Finanças "nenhum funcionário público será prejudicado com o seu pedido de reforma".


A mesma fonte adiantou que as regras antigas serão aplicadas a todos os pedidos que entrem até à publicação do Orçamento em Diário da República.


"O que vai contar é a data de entrada do pedido de aposentação. Não faz sentido que, por incapacidade dos serviços em dar resposta, as pessoas sejam prejudicadas por um ou dois dias", referiu a mesma fonte. Os serviços da Caixa Geral de Aposentações já receberam instruções para fazer face a este aumento de pedidos.


AS ALTERAÇÕES


CÁLCULO

O valor das novas pensões de aposentação é calculado tendo em conta a remuneração auferida em 2005, com os aumentos, em vez do último salário. Isto para quem entrou antes de 1993.


BONIFICAÇÃO

Por cada três anos a mais que os 30 de serviço necessários para pedir a reforma, o trabalhador tem direito a uma redução da penalização de 6%. Mas agora, os anos a mais só começam a contar a partir dos 55 anos de idade do funcionário.


ANTECIPAÇÃO

Quem se reformar antes da idade legal, terá uma penalização de 6% por cada ano de antecipação, em vez dos actuais 4,5%.

Fonte Correio da Manhã (aqui)

 Reunião com o Ministro da Administração Interna

 

O SINTAP/FESAP reuniu com o Ministro da Administração Interna, Rui Pereira, que se fez acompanhar pela Secretária de Estado da Administração Interna, Dalila Araújo e pelo Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, José Conde Rodrigues.

 

A reunião, realizada a pedido do SINTAP, teve como principais objectivos a análise dos problemas da Polícia Municipal e fazer o ponto da situação do processo de integração dos guardas florestais na Guarda Nacional Republicana (GNR), conforme a Acta de Concordância assinada pelo SINTAP/FESAP em 25 de Setembro último.

 

‐ O futuro da Polícia Municipal

No que diz respeito ao futuro da Polícia Municipal, Rui Pereira, baseado no importante parecer da Procuradoria‐Geral da República, no qual é frisada, mais uma vez, a necessidade de revisão do Estatuto da Polícia Municipal, de forma a resolver‐se o problema de funcional das suas atribuições, encontrando uma solução equilibrada e que acentue que a Polícia Municipal não é apenas uma polícia administrativa, pelo que deverá ter alguns poderes especiais.

Os responsáveis do MAI são unânimes em reconhecer que nos 34 municípios onde existe Polícia Municipal (sendo Loures o último onde foi criada) existem situações muito diversas no que diz respeito ao funcionamento, ao fardamento e às condições de trabalho e que urge resolver, nomeadamente no que às chefias diz respeito.

 

Este processo, que envolve o Governo, ANMP e Sindicato, deverá dar origem a várias iniciativas legislativas que, quanto ao SINTAP, deverão passar pela criação de uma carreira especial, mais atractiva e que resulte na motivação e fidelização dos trabalhadores ao serviço da Polícia Municipal, tornando assim consequente o enorme investimento que é feito na sua formação e que é actualmente desperdiçado dada a elevada taxa de abandono actualmente verificada.


O SINTAP e o Ministro Rui Pereira estão de acordo na necessidade de melhorar a formação dada, estando a ser considerada a possibilidade de optimização o Instituto de Ciências Policiais e/ou a Escola Prática da GNR como entidades formadoras de agentes da Polícia Municipal.

 

Assim, decorrem já os trabalhos com vista às referidas iniciativas legislativas e ao início das negociações com a Secretária de Estado, Dalila Araújo, esperando portanto que este processo rapidamente se inicie e conclua.

 

Integração da Guarda Florestal na GNR

Nesta reunião, Rui Pereira reiterou a intenção do Governo em integrar a Guarda Florestal na GNR nos termos do acordo celebrado em Setembro último e do projecto de diploma que lhe serviu de base, ficando o Ministério de apresentar o projecto que virá a ser levado à mesa negocial com o Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna.

 

O SINTAP espera que esta seja uma solução colocada em prática o mais rapidamente possível, de forma a corrigir as injustiças e os problemas que têm afectado os guardas florestais, cuja dependência da GNR é já hoje uma realidade, mas uma realidade vivida debaixo de difíceis condições de trabalho.

 

Perante estes compromissos, esperamos que não se prolongue no tempo o alcance de soluções para os problemas destes profissionais, seguindo a via do diálogo e da negociação, já que é grande a disponibilidade para que todos lutem pela defesa dos seus interesses e se resolvam as injustiças que se vêm aprofundando ao longo do tempo.

Regra do "2 por 1" é só uma recomendação, esclareceu o ministro das Finanças. Câmaras não deverão seguir
 
As 308 autarquias portuguesas vão escapar, em 2010, ao principal instrumento de controlo das admissões na função pública: a regra de "2 por 1", que limita a contratação de um funcionário por cada dois que saem. O alargamento da regra à gestão dos trabalhadores municipais está inscrito na proposta do Orçamento do Estado para 2010, mas o ministro das Finanças esclareceu ontem que a sua aplicação não será obrigatória.

"A norma '2 por 1' nas autarquias tem um carácter mais recomendatório do que injuntivo", explicou Teixeira dos Santos, no debate parlamentar sobre o OE 2010, em resposta a um pedido de esclarecimento do PCP.

As câmaras ficam assim de fora do aperto nas contratações definido este ano para os organismos da administração central, para os quais o "2 por 1" passa a ser uma norma rígida - uma medida de consolidação orçamental -, mais controlada directamente pelo ministro das Finanças. E, dentro da liberdade dada pelo governo para seguir a recomendação, será de esperar que as autarquias optem pela sua não aplicação.

"Ainda bem que o senhor ministro transformou isso em recomendação - se fosse uma regra fixa não seria possível cumpri- -la", afirmou ao i Fernando Ruas, presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP). "As câmaras têm mais trabalho devido à transferência de mais competências, um trabalho que não se compadece com esta regra", acrescenta. Fernando Ruas - que reserva para hoje uma posição oficial da ANMP sobre o OE 2010 - dá os exemplos do pessoal de recolha de lixo e dos auxiliares nas escolas.

A aplicação rígida da regra "2 por 1" levantaria problemas complexos devido à transferência de competências do Estado para as autarquias na área da educação - a descentralização implica a passagem de trabalhadores (auxiliares de educação, por exemplo) para a folha de pagamentos das câmaras. "Se aplicássemos o '2 por 1' era impossível termos todas as escolas a funcionar", afirma Carlos Teixeira, presidente da Câmara de Loures, que emprega 2700 pessoas. "Com o acordo na educação recebemos este ano mais 700 trabalhadores", acrescenta. Carlos Teixeira explica que o esforço de redução de funcionários já aconteceu (menos 450 entre 2002 e 2009) em Loures.

Mais a Sul, em Silves, onde a autarquia emprega cerca de 800 pessoas, a presidente da câmara faz um diagnóstico semelhante: "Acho extremamente difícil cumprir essas regras até porque há áreas onde temos trabalhadores a me-nos, como o ensino, o desporto ou a Segurança Social". Isabel Soares aponta que os rácios de pessoal definidos pelo Ministério de Educação para as escolas são insuficientes e queixa-se de falta de realismo no Terreiro do Paço, em Lisboa. "Admito que é preciso controlar gastos, mas não é tão fácil como o senhor ministro diz."

Nas 308 câmaras portuguesas trabalhavam, no final de 2007, cerca de 119 mil pessoas (cerca de um quinto do total de trabalhadores que estão nos serviços da administração central), mostram os dados das Finanças. As profissões menos qualificadas dominam - em média, o grupo mais representativo é do pessoal operário e auxiliar, que representa cerca de 35% do emprego municipal.
Fonte i (aqui)

Num ano marcado pelos estilhaços da crise e com o défice próximo de, a Função Pública vai voltar a apertar o cinto. Ao congelamento dos salários, junta-se o aumento da penalização das reformas antecipadas, o corte em algumas pensões, o aumento dos descontos para a ADSE e a contenção nas novas contratações. Saiba tudo o que vai mudar em 2010.

Salários congelados
Em 2010 não haverá actualizações salariais. Depois do aumento recorde de 2,9% dado no ano passado (que permitiu um aumento real dos salários de 3,7%) e perante a degradação das contas públicas, o ministro das Finanças decidiu pôr travão aos salários dos funcionários públicos. Apesar da contenção salarial, o Governo garante que os prémios de desempenho são para manter em 2010 e que a verbas para este fim até vai aumentar.

Reforma antecipada com penalização de 6%
Os funcionários públicos que peçam a reforma antecipada após a aprovação do Orçamento do Estado (OE) para 2010, terão uma penalização de 6%, quando até aqui o valor das pensões sofria uma redução de 4,5% por cada ano que falta para a idade legal. Além disso, o cálculo da parcela da pensão referente ao trabalho prestado até 2005 terá em conta o salário desse ano, que será revalorizado à taxa de inflação. Até aqui contava a última remuneração. Esta alteração poderá levar a que alguns funcionários, nomeadamente os que tiveram promoções ou que progrediram na tabela remuneratória entre 2005 e 2010, tenham uma pensão mais baixa.

Admissões mais controladas
A regra que apenas permite a entrada de um funcionário por cada dois que saem do Estado vai manter-se e é alargada às autarquias. Além disso, os dirigentes têm que prestar informações adicionais ao Ministério das Finanças sempre que quiserem contratar fora da Administração Pública, dando-se um passo atrás na autonomia que tinha sido dada às chefias na reforma da Administração Pública levada a cabo no anterior Executivo.

Recibos verdes alargados a todos
O Governo decidiu eliminar a norma que obrigava a que os contratos de tarefa e avença fossem celebrados preferencialmente com empresas. Volta a ser permitido contratar pessoas individuais, mas a prática fica sujeita a regras mais apertadas. ESta alteração vme dar resposta a uma recomendação de Bruxelas.

Dirigentes com prémios de desempenho
Será regulamentada a atribuição de prémios aos dirigentes e deixará de haver progressão automática nas carreiras de origem por cada três anos de comissão de serviço.

Aumentam os descontos para a Caixa Geral de Aposentações
Todos os serviços e organismos passam a descontar uma quota de 15% para a Caixa Geral de Aposentações. Até aqui, os descontos variavam entre os 7,5% e os 15%.

Funcionários vão descontar mais para a ADSE
Os suplementos remuneratórios permanentes dos funcionários públicos vão passar a ser contabilizados para a ADSE, uma prática que não era seguida por todos os serviços. No caso de alguns funcionários, o desconto mensal feito para o subsistema de saúde da Função Pública vai agravar-se.

Fonte J. Negocios (aqui)

Norma que "clarifica" a base de incidência vai agravar os descontos de quem recebe suplementos

 

Os suplementos remuneratórios permanentes de todos os funcionários públicos vão passar a fazer parte da base de incidência para a ADSE ou para outros sistemas de assistência na doença. Esta prática não era seguida por todos os serviços, reconhece o Governo.

 

Em causa está a norma introduzida na proposta de lei do Orçamento do Estado para 2010 que determina que os descontos para a ADSE ou para sistemas de assistência na doença "continuam" a incidir sobre os suplementos remuneratórios com carácter de permanência, "nos mesmo termos da quota para a Caixa Geral de Aposentações" (CGA).

Apesar de apresentada como uma "clarificação", a norma vai traduzir-se, na prática, num aumento dos descontos de parte dos funcionários, já que a legislação que agora é alterada - a Lei 53-D/2006 - limitava a incidência à "remuneração-base". No mesmo sentido apontava o Orçamento do Estado para 2009, que veio reabrir pontualmente as inscrições na ADSE.

 

O alargamento da base de incidência é, aliás, assumido pelo secretário de Estado do Orçamento. "Se porventura há algum suplemento que estivesse de fora, ele vai ser apanhado", afirmou ontem Emanuel dos Santos ao DN. Reconhecendo que esta não é a regra que está a ser seguida em toda a administração pública, o responsável defende que o objectivo é "harmonizar" procedimentos.

O DN contactou vários serviços, que empregam centenas de funcionários e que seguem a interpretação mais restrita do conceito. Num dos serviços, só se considera o salário-base. Noutro caso, os descontos já incidem sobre suplementos para os funcionários inscritos depois de 2009, mas continuam a incidir apenas sobre o salário-base para os antigos trabalhadores. O DN consultou, ainda, recibos de vencimento de vários funcionários que provam que há situações em que o subsídio de turno ou os suplementos por cargos relevantes já descontam para a CGA mas escapam à ADSE.

 

Na origem das dúvidas está o facto de o próprio conceito de "remuneração-base" ter vindo a sofrer alterações. Mas a lei dos vínculos, carreiras e remunerações li-mita o conceito "ao montante pecuniário correspondente ao nível remuneratório da posição onde o trabalhador se encontra."

Num ano de congelamento salarial, o aumento dos descontos pode significar, para alguns funcionários, uma ligeira redução do salário líquido. Emanuel dos Santos desvaloriza o impacto, ao argumentar que "o regime da ADSE é facultativo". Admitindo que a receita "pode subir" ligeiramente por esta via, o secretário de Estado acrescenta, contudo, que "esta não é uma mudança violenta para as pessoas", já que em causa está a incidência de uma taxa de 1,5% sobre parte da remuneração.

Juridicamente, sugere o Ministério das Finanças, a alteração não é relevante. Em resposta às questões que o DN tem colocado, invocou uma circular de Julho de 1979, segundo a qual "se entende que o desconto para a ADSE deve incidir sobre todos os abonos passíveis de desconto para a CGA".

Fonte DN (aqui)

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