Os funcionários do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) são obrigados a abandonar as instalações antes das 19h00, para poupar electricidade. Esta é só uma das medidas que constam de um despacho interno que o presidente do instituto fez chegar aos trabalhadores. O objectivo de Tito Rosa é poupar dinheiro e conseguir gerir o orçamento que o Ministério das Finanças atribuiu ao ICNB.
No documento interno, a que o i teve acesso, são definidas outras medidas de contenção: só podem fazer horas extraordinárias funcionários "previamente autorizados pelo respectivo dirigente". Depois das 19h00, os seguranças têm de fazer todos os dias uma ronda pelo edifício, para "fechar todas as luzes, aparelhos de ar condicionado ou aquecedores" e para "não deixar que qualquer trabalhador permaneça no edifício".
Tito Rosa exige ainda aos funcionários que, antes de se ausentarem do edifício, verifiquem se desligaram as luzes da sala que ocupam, bem como os computadores. E de agora em diante, segundo o despacho, todas as secções do ICNB terão de passar a "reduzir o consumo de papel, água e energia". Para garantir que isso aconteça, o director irá receber pessoalmente, todos os meses, "um relatório dos consumos" - que devem ser "globalmente reduzidos 10%" face ao ano passado. O presidente exigiu ainda que lhe fosse apresentada, até terça-feira, uma "proposta de optimização das impressoras", de maneira a que só passe a existir uma por piso. Ou seja, na prática acabam-se, no ICNB, as impressoras "localizadas isoladamente" em salas e gabinetes. Estas só existirão na presidência e no seu secretariado. Excepções, só mesmo com autorização pessoal do presidente.
fim dos telefones As medidas de austeridade no ICNB vão mais longe e abrangem também as comunicações fixas e móveis: os funcionários vão deixar de ter ligações telefónicas directas e só os "dirigentes a exercer funções na sede e respectivo secretariado" terão direito a telefone e somente para chamadas fixas nacionais. Telefones sem restrições só na presidência. À excepção destes casos, e quando um funcionário precisar de fazer uma chamada, terá de pedir ao telefonista, que passa a ter uma nova função: registar "o nome da pessoa que pediu a comunicação e o número de telefone ou de telemóvel para o qual a comunicação é feita". Esse registo, ordena o despacho interno emitido em Fevereiro, terá depois de ser enviado à direcção, para que sejam adoptadas "as medidas correctivas julgadas necessárias". Além disso, a partir de 1 de Maio, todos os plafonds de telemóveis serão reduzidos dez euros.
No mesmo documento, Tito Rosa exige a apresentação de "um relatório semestral relativamente ao cumprimento" destas medidas e "demonstrativo da redução de consumos". O presidente do ICNB termina o comunicado avisando que o primeiro relatório já tem data marcada: terá de ser entregue até ao dia 30 de Junho.
para Gerir dinheiro da tutela "As medidas adoptadas inserem-se no âmbito de uma melhor gestão do orçamento em clima que é conhecido de restrições à despesa pública", explicou Tito Rosa ao i, por email, acrescentando que este conjunto de iniciativas permitirá ao ICNB "conseguir desenvolver a sua missão com o orçamento que lhe é disponibilizado pelo Ministério das Finanças".
Para isso, diz o dirigente do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, "foram estabelecidas directivas com vista à melhor gestão de todas as componentes de despesas de funcionamento, designadamente consumos de energia, água, serviços de segurança, telecomunicações e combustíveis, entre outras de menor expressão". O presidente do ICNB justifica, por exemplo, a decisão de encerrar o edifício às 19h00 - "muito para além da hora de atendimento ao público", frisa - com a necessidade de economizar "em matéria energética". Mas isso não implica que "por razões de serviço, pontual ou excepcional, não se estenda o período de funcionamento, embora limitado às áreas de trabalho estritamente necessárias". Tito Rosa admite ainda que também houve mudanças do lado da receita, para "melhorar a eficiência de cobrança dentro do quadro legal estabelecido".
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