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A formiga no carreiro

Prestação pode ser um apoio, como existe na Alemanha. Também a lei da greve devia ser revista, de forma a conter crescimento dos salários.


Portugal deveria fazer o que a Alemanha fez, transformando o subsídio de desemprego num apoio e não num direito. A ideia foi ontem defendida por Pedro Ferraz da Costa, presidente do Fórum da Competitividade, num debate sobre o Orçamento do Estado para 2012, promovido pela PwC Portugal.
António Mendonça, ex-ministro das Obras Públicas e Transportes, Joaquim Pina Moura, ex-ministro das Finanças e CEO da Iberdrola, e Luís Palha, administrador da Jerónimo Martins, foram os outros oradores convidados. “Temos de aumentar o estímulo para trabalhar e não para se manter o desemprego”, defendeu Ferraz da Costa, acrescentando que, “com o Memorando da troika, que quase suspendeu a democracia em Portugal, era altura de fazermos essa e outras mudanças, como a lei da greve, que tal como existe, com a possibilidade de cinco ou seis dirigentes sindicais a convocarem, só acontece em Portugal e possibilitou um aumento dos salários muito superior à produtividade.”


O ex-responsável pela pasta dos Transportes, sector que agora está sob fogo, foi o interveniente mais crítico, em relação à proposta de Orçamento de Estado de 2012, considerando que o documento do governo não é suportado por uma estratégia de crescimento.
“A ideia plasmada na proposta”, disse, “é que a contracção vai implicar um crescimento em 2013. E tudo o que o país atravessa é culpa do anterior governo. Mas esta é uma crise estrutural, que absorve uma crise europeia e global.”, disse António Mendonça.
Os quatro oradores foram unânimes em considerar o actual défice e dívida uma herança de pelo menos duas décadas, em que a capacidade de resposta da economia portuguesa foi enfraquecendo, crescendo sempre abaixo da média europeia. António Mendonça manifestou ainda dúvidas sobre se os cortes na função pública foram feitos em função da despesa ou da receita.  
Pina Moura defendeu ser este o Orçamento possível dentro do contexto nacional e internacional, lembrando que a maior parte dos instrumentos nacionais, como a política económica ou fiscal, estão  esterilizados. “Chamo a atenção para o desemprego galopante, a quebra da procura, a retracção das exportações e uma falta drástica de poupança, onde, apesar de tudo, os últimos indicadores mostram uma luz ao fundo do túnel. Mas todos temos de ter consciência de não termos para onde recuar. Atrás de nós está o abismo.” O CEO da Iberdrola disse que “há uma lição a retirar: não devemos confundir propaganda política com política económica” e que até agora ainda não viu o governo “a cometer esse pecado”.


O administrador da Jerónimo Martins, Luís Palha, secundou a opinião de Ferraz da Costa, considerando que quando se chegar ao fim deste orçamento exigente “ainda vamos estar muito longe de ser um país competitivo”.
E sintetizou os pontos positivos e negativos da proposta: intenção de maior corte na despesa do que no aumento das receitas, acréscimo dos impostos sobre os particulares ao invés de sobre as empresas e maior crescimento dos impostos indirectos do que directos, pelo lado mais; e os impostos crescerem para 42% do PIB, a falta de equidade de algumas medidas e de sustentabilidade para se reduzir o défice para 4,9%, pelo lado do menos.


Os encargos da Caixa Geral de Aposentações continuam a aumentar. A partir de 1 de Fevereiro, a CGA vai ter de pagar mais 2380 reformas. O mês de Fevereiro fica marcado também por um valor médio de aposentação relativamente alto e pela atribuição de mais de cinco dezenas de reformas douradas, segundo a RR. 

Ao todo são 54 os aposentados da função pública que vão receber o que se chama uma «reforma dourada», ou seja, acima de quatro mil euros, e há 14 que até recebem mais de cinco mil. 

Nalguns casos porque atingiram o limite de idade, têm a carreira completa ou, simplesmente, porque querem sair antes que o Governo decida fazer mais cortes às pensões mais elevadas. 

Em Fevereiro, a pensão mais alta que vai ser atribuída é superior a 5.742 euros, à adjunta da secretária-geral do Parlamento, Maria do Rosário Paiva Boléo. 

Mas este é um mês em que se pode encontrar valores de pensões relativamente elevados. No total, mais de 20%, ou seja, mais de quinhentas, superam os dois mil euros, entre estas há quase 90 que ultrapassam os três mil. 

Na atribuição das «reformas douradas» em Fevereiro, destacam-se as do Ministério da Saúde, mas também as instituições militares e o Ministério da Justiça. 
Este último, é aliás um dos Ministérios que vê sair mais gente, daqui a dias são quase 400. Muitos são funcionários judiciais e guardas prisionais. 

Também o Ministério das Finanças regista um número considerável de saídas e neste caso, sobretudo ao nível de chefias, inspectores tributários e técnicos superiores. 

São números que podem engrossar nos próximos meses, uma vez que o Governo pretende limitar o valor máximo das pensões. No caso das reformas acima 5.030 euros, a proposta, que já deu entrada no Parlamento, sugere a aplicação de uma taxa de 25% no montante que exceda aquele limite. 


As fundações que não responderem ao censo lançado pelo Governo e que decorre até 2 de Fevereiro, deixarão automaticamente de receber apoios financeiros do Estado.

A explicação foi dada hoje pelo secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, num encontro com jornalistas para explicar como irá funcionar o censo a todas as fundações públicas com o objectivo de avaliar o respectivo custo/benefício e viabilidade financeira e decidir sobre a manutenção ou extinção de determinada fundação.


Hélder Rosalino citou o artigo 7.º da lei que determina a realização do censo às fundações (lei 1/2012 de 3 de Janeiro) para explicar que "a concessão de apoios financeiros pela administração directa ou indirecta do Estado, regiões autónomas, autarquias locais ou outras pressupõe obrigatoriamente a indicação por parte da fundação do número de registo atribuído na conclusão do processo de resposta ao questionário".


Na prática, significa que qualquer fundação que não se encontre registada para efeitos de realização do censo, deixará de receber apoios financeiros públicos.

O governante garantiu que o objectivo do censo às fundações - que arrancou dia 3 de Janeiro e termina a 2 de Fevereiro - não é reduzir o número de fundações, mas sim conhecer o seu universo, salientando a "falta de transparência" e "opacidade" que existe actualmente neste "Estado paralelo". Segundo disse, para já não é conhecido ao certo o número de fundações, mas uma consulta efectuada pelo Instituto de Registos e Notariado (IRN) revelou que existem "cerca de 800 entidades criadas sob forma de fundações".


O número de trabalhadores em situação de mobilidade especial diminuiu 7,2 por cento no final do primeiro semestre de 2011, para 1211, menos 94 trabalhadores do que em dezembro de 2010.

De acordo com o Boletim do Emprego Público hoje divulgado, no final do primeiro semestre do ano passado encontravam-se no regime de mobilidade especial 1211 trabalhadores, um valor inferior ao registado em dezembro de 2011, mês em que este número se fixava nos 1305.

Numa análise por ministério, em 30 de junho de 2010 o Ministério da Agricultura era o que registava o maior número de trabalhadores neste regime, com 667, menos 46 trabalhadores que em dezembro de 2010 (713).


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