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A formiga no carreiro

Coimbra, 22 fev (Lusa) -- Os trabalhadores da empresa municipal Águas de Coimbra ameaçam realizar "greve por tempo indeterminado" se lhes for aplicado o regime de contrato individual de trabalho, mas a administração avisa que "nada a desviará" do cumprimento da lei.


Em causa está a situação de perto de 250 dos cerca de 290 trabalhadores, que integram o mapa de pessoal da Câmara de Coimbra e se encontram na Águas de Coimbra (AC) em regime de cedência de interesse público, mantendo o estatuto de origem, de funcionários públicos (eram trabalhadores dos antigos serviços municipalizados de águas).


Em dois plenários realizados hoje, os trabalhadores decidiram, "se necessário, realizar todas as formas de luta, incluindo uma greve por tempo indeterminado", disse José Abraão, vice-secretário-geral do Sindicato dos trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (SINTAP).


Os dados revelados esta manhã Governo revelam uma redução de 3,2% no número de funcionários do Estado, acima dos 2% exigidos pela troika.


Hélder Rosalino revelou esta manhã que o ano passado foi cumprida a meta de redução do número de efectivos da Administração Central do Estado. De acordo com o secretário de Estado, que falava na comissão de Orçamento e Finanças que está a decorrer no Parlamento, em 2011 saíram entre 17 a 20 mil trabalhadores da Administração Central do Estado. Estes dados provisórios foram reunidos a pedido da troika acrescentou o governante.

Houve assim uma redução de 3,2%, acima dos 2% exigidos no memorando da troika. O principal motivo da maioria das saídas tem sido por aposentação dos funcionários públicos.


O secretário de Estado garantiu ainda até ao final da próxima semana a maioria das leis orgânicas, no âmbito do PREMAC, estará aprovada em Conselho de Ministros e que o programa deverá estar totalmente concluído já no final do primeiro semestre. “Depois das leis orgânicas públicas vamos começar a trabalhar nos mapas de pessoal de cada organismo e aqui podem identificar-se rearranjos que suscitem mobilidade interna ou especial”, revelou ainda Hélder Rosalino.


De acordo com os mesmos dados provisórios, recolhidos a pedido da troika, ao longo do ano passado foram reduzidas 40% das estruturas da Administração Central e 27% nos cargos de gestão. Houve uma diminuição de 142 organismos e de 1711 cargos de dirigentes. O governante acrescentou ainda que na administração central directa havia 102 estruturas e no final do ano passado eram apenas 80, uma diminuição de 22%. Já na administração central periférica ou seja regionais a redução foi de 67% de 43 estruturas para 14. Nos institutos públicos a redução foi de 74 para 56.

 

 

Redução na função pública não melhorou efectivos 

 

O secretário-geral da UGT reagiu nesta quarta-feira ao balanço feito pelo secretário de Estado da Administração Pública sobre a saída de mais de 17 mil a 20 mil trabalhadores da função pública.

João Proença classificou como um “disparate” o facto de o governante ter considerado essa redução como uma novidade positiva, por representar uma simples “aposta na redução de efectivos e não uma aposta na melhoria de efectivos”.

Helder Rosalino anunciou nesta quarta-feira no Parlamento que em 2011 saíram entre 17 a 20 mil trabalhadores da Administração Central do Estado, congratulando-se com o facto de ter ido além da meta de corte definida no memorando da troika. Segundo o secretário de Estado, a redução de 3,2% ficou bem acima dos 2% exigidos no acordo, classificando esses números como uma "boa notícia".

O líder sindical destacou ainda o facto de a maioria dos que se aposentaram em 2011 representar os “quadros mais qualificados” do Estado, assumindo o receio de se estar a fragilizar a qualidade dos serviços públicos prestados à população.

As declarações de Proença surgiram à saída de um encontro com a liderança do PS, no Largo do Rato, em Lisboa. Após a reunião, o sindicalista defendeu ser “fundamental criar postos de trabalho em Portugal”, através de medidas e políticas “de crescimento económico e emprego”. Considerou também “essencial” políticas de “ataque à economia ilegal”.

As novas regras de mobilidade na Administração Pública, que permitem deslocar funcionários dentro do território, estão a ser fortemente criticadas pelos sindicatos e pelos partidos da oposição, alegando que se trata de um "despedimento encapotado".
As novas regras de mobilidade na Administração Pública, que permitem deslocar funcionários dentro do território, estão a ser fortemente criticadas pelos sindicatos e pelos partidos da oposição, alegando que se trata de um "despedimento encapotado". 

É uma avaliação justa? Não. A ideia é "só" evitar que o Estado seja olhado como um empregador de longa duração, levando os funcionários públicos a saírem da sua "confort zone". Ao mesmo tempo, desencoraja-se a escolha do Estado (que tem condições mais simpáticas do que o sector privado) como solução primeira de emprego. Quem não gostar das novas condições tem sempre uma opção: sair (negociando uma indemnização).

Esta é a forma ideal de reformar o Estado? Não. Em condições normais, o sector teria um regime sério de avaliação, que permitisse premiar os melhores (em função da produtividade) e despedir quem não serve para a função. Mas não existem condições normais na Administração Pública portuguesa. E é por isso que o assunto tem de ser resolvido desta forma: desvalorizar o emprego no Estado para que as pessoas que nele trabalham se sintam tentadas a trocá-lo pelo privado (e para que as que aspiram a entrar para a Função Pública não encontrem tantas benesses: como a estabilidade no emprego e salários elevados, por exemplo). Foi isso mesmo que transpareceu das palavras de Jürgen Kroger, na última conferência de imprensa da troika, em Lisboa. 

O mais grave de tudo é que este é o pior momento para reformar o Estado. Porque o sector privado não está a criar emprego. Mas sejamos honestos: alguém consegue reformar alguma coisa em Portugal em período de vacas gordas?

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