A formiga no carreiro

O número de desempregados inscritos no final de Fevereiro aumentou 16,6% em relação ao ano passado. Já as ofertas de emprego caíram 37,2%.

Os desempregados inscritos nos centros de emprego não param de aumentar desde Outubro do ano passado. No final de Fevereiro, o Instituto de Emprego e Formação Profissional dava conta de 648.018 desempregados, um aumento de 16,% em comparação com o mesmo mês do ano passado e de 1,6% face a Janeiro.

O IEFP dá conta de um aumento homólogo de 27% dos desempregados que estão inscritos há menos de um ano, enquanto o desemprego de longa duração teve um crescimento menos acentuado, de 2,5%.
Os jovens formam os principais afectos: no último ano o número de inscritos até aos 24 anos subir 21,4%.
No final do mês havia em stock 8732 ofertas de emprego por preencher, uma contracçã ode 37,2% face ao ano passado.

A contracção do mercado de trabalho ganha expressão quando se olha para as novas inscrições. Ao longo do mês de Fevereiro dirigiram-se aos centros de emprego 60228 desempregados, mais 19,6% do que em Fevereiro de 2011. Ao mesmo tempo, as ofertas de emprego registadas ao longo do mês totalizaram 5705, registando uma queda homóloga de 35,4%. As colocações não foram além de 3459, menos 30,5% do que há um ano.
O fim de trabalho não permanente continua a ser o principal motivo invocado pelos inscritos (representa 37% das inscrições), seguindo-se o despedimento (20,1% das inscrições).

As despesas com pessoal do Estado reduziram-se 8,8 por cento nos dois primeiros meses do ano relativamente ao mesmo período do ano anterior, segundo dados hoje divulgados pela Direção-Geral do Orçamento (DGO).

No boletim de execução orçamental para dezembro, a DGO regista que as despesas com o pessoal do subsetor Estado atingiram 1.377 milhões de euros, uma redução de 8,8 por cento, particularmente no Ministério da Educação e da Ciência.

Esta redução é explicável sobretudo pelo "comportamento da despesa com remunerações certas e permanentes" e com os encargos com o financiamento dos subsistemas de saúde.

A DGO acrescenta que também se regista um efeito de base, porque em 2011 "os encargos com saúde suportados pela ADSE foram parcialmente cobertos por receitas gerais (...) enquanto em 2012 são totalmente financiados por contribuições próprias deste subsistema de saúde".

A redução da despesa com salários teve "maior expressão" na Educação, o que se explica pela "redução de efetivos das escolas de ensino não superior".