O Governo decidiu ir um pouco mais longe no regime de mobilidade geográfica, incluindo a possibilidade de transferência obrigatória dos funcionários públicos para serviços situados em concelhos adjacentes à sua residência ou ao seu local de trabalho atual. Conheça os dez pontos essenciais da nova proposta.
1. Extinção de postos de trabalho é um dos critérios. Na última versão enviada aos sindicatos lê-se que a rescisão será possível sempre que "seja comprovada a obtenção de ganhos de eficiência e redução permanente de despesa para a entidade empregadora pública, designadamente pela demonstração de que o trabalhador não requer substituição;
2. Mobilidade alargada aos concelhos vizinhos. O Governo decidiu ir um pouco mais longe no regime de mobilidade geográfica, incluindo a possibilidade de transferência obrigatória dos funcionários públicos para serviços situados em concelhos adjacentes à sua residência ou ao seu local de trabalho atual.
3. Mobilidade sem ser necessário acordo do trabalhador. O Governo garante que não é necessário o acordo do trabalhar quando a mudança for: 1) no mesmo concelho da residência ou do atual serviço; 2) numa área ou concelho confinante; 3) no raio de 60 km do atual emprego.
4. Só 10 dias para contestar. Os funcionários do Estado colocados em mobilidade só vão ter 10 dias para contestar a sua saída para outro serviço.
5. Rescisão limitada. Na nova proposta, o Executivo mantém um outro limite: a indemnização não pode ultrapassar o montante salarial que o funcionário iria receber até se reformar.
6. Salário mínimo passa a ser a referência. O Governo desistiu de limitar a 12 salários base as indemnizações em caso de rescisão amigável na função pública. Segundo a nova proposta enviada esta manhã aos sindicatos e que o Dinheiro Vivo teve acesso, as compensações vão passar a ser calculadas em número de salários mínimos.
7. Há 120 mil pessoas candidatas a rescisão amigável. O Governo está a regulamentar as rescisões por mútuo acordo para os funcionários públicos que ainda mantém o antigo vínculo por nomeação (vitalício), mas numa primeira fase estas rescisões vão estar sobretudo disponíveis para os assistentes técnicos e assistentes operacionais. Nestas duas carreiras estão cerca de 120 mil pessoas, ou seja, 23% do total dos funcionários da Administração Central.
8. Banco de horas. O Governo quer aplicar aos funcionários públicos aquilo que já existe para o privado. Um banco de hroas individual. Neste caso, terá um limite de 150 horas anuais, podendo aumentar duas horas por dia o horário de trabalho. Sindicatos acusam o Executivo de estar a minar a negociação coletiva.
9. Horas extraordinárias. Será também reduzido o pagamento de trabalho extra no setor público. Segundo a proposta do Governo, a primeira hora de trabalho extraordinário terá um acréscimo de 25% (hoje é 50%) e 37,5% nas horas seguintes (atualmente é 70%). Além disso, o trabalho ao fim-de-semana ou feriado passa a pagar apenas 50%, contra os atuais 100%.
10. Historial de austeridade. Não são apenas as últimas alterações laborais que devem preocupar os funcionários públicos. No ano passado, os funcionários públicos que ganhem mais de 1500 euros sofreram um corte salarial médio de 5%. Este ano, e até 2018, os trabalhadores do Estado com salários superiores a 600 euros não irão receber por inteiro o subsídio de férias e de Natal. As progressões de carreira também estão congeladas.