A Grécia vai recuperar o programa de "lay off" dos funcionários públicos, num processo que já tinha sido anunciado mas nunca posto em prática. Esta medida deverá afectar 40 mil pessoas e prevê que o Estado poupe 11,5 mil milhões de euros.
A equipa económica do Governo helénico deverá apresentar os detalhes do programa de “lay off” da Função Pública, semelhante ao programa de mobilidade especial em Portugal, aos líderes políticos que estão a apoiar a coligação do Governo, noticia a Reuters, que cita fontes próximas do assunto que não quiseram ser identificadas. A agência de informação diz que a implementação desta medida será a única forma de convencer a troika a continuar a apoiar o país.
“O plano de reserva labora vai avançar desta vez”, afirmou à Reuters uma fonte oficial do Governo sob condição de anonimato. “Da última vez isso não aconteceu”.
Entre as medidas acordadas no âmbito da ajuda financeira que Atenas recebeu, estava a redução gradual de 30 mil funcionários públicos, de um total estimado de 700 mil. Contudo esta medida nunca chegou a avançar. Na altura, o acordo era que cerca de 30 mil pessoas fossem colocadas numa “reserva laboral” onde só receberiam 40% do seu ordenado durante um ano. Posteriormente abandonariam efectivamente a Função Pública. A Reuters diz que desse plano, houve uma redução de 6.500 pessoas, na sua maioria por reforma.
Agora, fontes oficiais dizem que vai ser posto em prática e que deverá afectar 40 mil funcionários públicos. O objectivo será o de poupar 11,5 mil milhões de euros.
“Esta é uma medida que não deve produzir poupanças dramáticas e imediatas mas vai dar credibilidade aos nossos esforços” de reformas, afirmou uma segunda fonte à agência de informação.
“Devemos conseguir 11,5 mil milhões de euros [de poupanças] porque sem eles, não haverá a próxima tranche da ajuda”, acrescentou uma das fontes.
As equipas da Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE) estiveram em Atenas até à semana passada, regressando agora em Setembro para continuarem a avaliar o programa de ajustamento da Grécia e para tentarem encontrar formas de Atenas cumprir com os compromissos. Isto depois da especulação em torno da possível saída do país da Zona Euro ter aumentado.