Austeridade
As violentas e injustas medidas anunciadas pelo Primeiro-ministro contra os trabalhadores e pensionistas em geral e contra os trabalhadores da Administração Pública em particular, são inaceitáveis e injustificadas.
Os sucessivos congelamentos e cortes salariais que desde 2004 vêm sendo aplicados, em conjunto com a carga fiscal que de forma crescente vem sendo aplicadas a todos os portugueses, conduziram a uma redução muito significativa dos salários da Administração Pública - 27% em média e em muitos casos essa diminuição representa uma perda de mais de 30% do salário real.
A situação de pobreza generalizada, com o aumento de sete por cento nas contribuições obrigatórias para a Segurança Social e Caixa Geral de Aposentações, não beneficia o crescimento e o emprego.
Ao distribuir por 12 salários um dos subsídios anteriormente cortado, mantém-se na prática a perda de dois salários, podendo esta situação inclusivamente conduzir a mais um aumento do IRS e maior retenção na fonte pelos trabalhadores.
Estas medidas não são mais do que uma forma de transferir dinheiro dos trabalhadores para o Estado e para os detentores do capital.
O SINTAP/FESAP repudia tais medidas a reafirma a oposição à sua aprovação por serem promotoras de uma escandalosa injustiça social, num claro desrespeito pela decisão do Tribunal Constitucional.
Assim, esperamos que o Presidente da República assuma as suas responsabilidades e seja coerente com as declarações que proferiu recentemente, tomando as medidas necessárias para evitar esta ofensiva contra quem trabalha. Igual responsabilidade assiste aos partidos políticos com assento parlamentar, no sentido da verificação da constitucionalidade destas medidas, assim que elas sejam conhecidas em detalhe.
O SINTAP/FESAP accionará todos os mecanismos que tem ao seu alcance no sentido de evitar o avanço destas medidas. O Governo deve uma explicação aos trabalhadores, explicação esta que esperamos que seja dada no próximo dia 18, data de realização da reunião inicial das negociações salariais para 2013.
Basta de humilhação! De forma organizada, temos que dar corpo à nossa revolta e indignação, exigindo o respeito a quem tem obrigação de governar, promovendo o bem-estar e a justiça social e sem a perseguição que tem sido feita aos trabalhadores da Administração Pública.
Lisboa, 10 de Setembro de 2012