Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A formiga no carreiro

Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas

 

O SINTAP reuniu hoje com o Secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, no Ministério das Finanças, em Lisboa, tendo em vista mais uma reunião negocial sobre o anteprojecto da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas.

 

No entanto, e tendo em conta os desenvolvimentos políticos dos últimos dias, que apontam no sentido de uma remodelação governamental, o SINTAP considerou que a reunião de hoje deveria ter sido desmarcada até que o elenco governativo esteja finalmente estabilizado.

 

As notícias que têm vindo a público sobre este assunto indicam que Paulo Portas ocupará o lugar de vice-Primeiro-ministro, e que o seu amplo leque de competências deverá abranger, entre outros, o dossier da Reforma do Estado, pelo que o SINTAP, logo após a respectiva tomada de posse, solicitará uma audiência destinada a, de uma vez por todas, saber no que consiste a referida Reforma do Estado, bem como o impacto previsto dos cortes de 4700 milhões de euros na despesa pública e, desse modo, ter uma melhor contextualização da negociação da legislação em apreço.

 

Apesar do SINTAP considerar essa diligência de grande importância para o próprio desenrolar das negociações sobre a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, acabou por iniciar-se hoje a análise geral dos primeiros 70 artigos do diploma.

 

O SINTAP fez ainda questão de frisar que essa negociação não deverá ser feita em ritmo acelerado, como pretende o Governo, mas sim com toda a minúcia e ponderação, dada a extrema importância das matérias que constarão da nova Lei.

 

Numa primeira apreciação, o SINTAP criticou a excessiva remissão para o Código do Trabalho de matérias que o Sindicato considera serem meritórias de autonomização face às especificidades inerentes ao desempenho de funções públicas.

 

Contudo, Hélder Rosalino deu sinais de abertura para a introdução de alterações propostas pelo SINTAP, pelo que será elaborado e enviado tão brevemente quanto possível um parecer na especialidade sobre os artigos já abordados.

 

O SIINTAP considera que a futura Lei Geral do Trabalho representa uma boa oportunidade para, por exemplo, terminar com a dualidade de vínculos existente nos hospitais EPE (Contrato Individual de Trabalho e Contrato de Trabalho em Funções Públicas), geradora de injustiças e tensões desnecessárias entre trabalhadores do mesmo serviço.

 

O Secretário de Estado disse estar disponível para incluir neste processo negocial responsáveis do Ministério da Saúde de modo a que esta questão possa ser tratada com a profundidade e a seriedade que merece.

 

Na reunião de hoje, o SINTAP questionou ainda Hélder Rosalino acerca da hipótese de ainda poderem vir a ser introduzidas alterações aos diplomas sobre a Requalifcação Profissional/Mobilidade Especial e sobre o aumento do horário de trabalho, já que nas reuniões que manteve com os grupos parlamentares e com a COFAP (Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública), foi notória a convergência de muitos deputados, incluindo da maioria que suporta o Governo, às posições expressas pela Federação.

 

Esperamos assim que da discussão na especialidade actualmente em curso, e que contará amanhã com a presença do Secretário de Estado, possam resultar alterações aos dois articulados e que a verificação da sua constitucionalidade venha a ser suscitada pelo Presidente da República ou pelos partidos.

 

A votação na especialidade e a votação final global deverão acontecer na próxima segunda-feira, 29 de Julho, de acordo com informação avançada por Hélder Rosalino.

 

As próximas reuniões sobre a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas terão lugar a 30 de Julho e 6 de Agosto.

 

 

Lisboa, 23 de Julho de 2013

O coordenador da Frente Sindical da Administração  Pública (FESAP), Jorge Nobre dos Santos, revelou hoje que vai pedir uma  reunião com Paulo Portas, caso este se confirme no cargo de vice-primeiro  ministro responsável pela reforma do Estado. 

 

"Caso se confirme que Paulo Portas assume o cargo de vice-primeiro ministro,  a FESAP vai pedir uma reunião com ele para discutir a reforma do Estado.  Porque, até agora, só se fala em cortes e uma reforma não são só cortes",  afirmou aos jornalistas o dirigente sindical, no final de um encontro com  o secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino. 

Após duas horas de reunião no Ministério das Finanças, dedicada à discussão  da lei da requalificação e do horário de trabalho na função pública, Nobre  dos Santos assegurou aos jornalistas que a FESAP está disponível para continuar  o diálogo com o Governo. 

"Na próxima semana haverá nova reunião (dia 30 de julho) e também está  já marcada nova ronda para dia 06 de agosto. Estamos disponíveis para continuar  o diálogo com o Governo, seja ao longo de agosto, seja em setembro", adiantou  o responsável. 

"Se chegarmos ao dia 06 e não tivermos os artigos todos discutidos,  temos que continuar", sublinhou. 


Nobre dos Santos assinalou que a FESAP vai agora dar o seu parecer na  especialidade aos primeiros 50 artigos da nova lei (de um total de 400 artigos)  e um parecer na generalidade aos 50 artigos que se seguem. 

No início das declarações aos jornalistas, o sindicalista realçou que  questionou Hélder Rosalino sobre se "há ou não há Governo", destacando "o  voluntarismo" do secretário de Estado "para avançar com a negociação independentemente  da situação política" que o país atravessa. 

À tarde, Hélder Rosalino vai ainda receber mais duas estruturas sindicais  para discutir o anteprojeto da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas.

Primeiro, será a vez da Frente Comum de Sindicatos da Administração  Pública se reunir com o governante, seguindo-se novo encontro, desta feita  com o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE). 

Lusa

Resultados do concurso nacional interno e externo de 2013 foram esta segunda-feira divulgados. Obtiveram colocação mais de 1.300 docentes, mas desses só três não estavam ainda nos quadros.

De 45.431 docentes a contrato que concorreram este ano ao concurso nacional externo só três conseguiram um lugar nos quadros. A estes três, somam-se mais 1.341 docentes que já estavam nos quadros do Ministério da Educação, mas que conseguiram mudar de escola ou agrupamento de escolas ou de região, tendo privilégio sobre os primeiros.

 

Neste concurso quadrienal foram disponibilizadas 618 vagas e encerradas 253 vagas negativas.

 

Mudaram de escola 1.147 professores, num total de 18 mil professores dos quadros de escola candidatos; 188 docentes de quadro de zona pedagógica (QZP) – de quase 12 mil a concurso –passaram para os quadros de escola (ficando com um posto de trabalho mais fixo), seis docentes em licença sem vencimento de longa duração obtiveram vaga e três docentes contratados a prazo obtiveram igualmente vaga no quadro de escola ou quadro de agrupamento de escolas.

 

As listas de colocação de professores no concurso nacional que se realiza de quatro em quatro anos foram publicadas esta segunda-feira, no site da Direcção-Geral da Administração Escolar, e “inicia-se agora um período de cinco dias úteis durante os quais os professores deverão aceitar na plataforma online o lugar no qual foram colocados”, alerta a DGAE.

 

Este ano o concurso, que arrancou a 23 de Abril, abriu 618 vagas no total para as quais concorreram em primeiro lugar os professores de carreira que queriam mudar de escola, em segundo lugar os professores dos quadros com vínculo a uma zona, depois os professores que queriam mudar de ano de ensino ou de disciplina. A estas vagas vão ainda concorrer os 603 professores que entraram para os quadros através da vinculação extraordinária, que ocorreu na Primavera, numa quinta prioridade, e os contratados que serão os últimos na ordem de prioridades.

 

Em 2009 foram abertas 20.896 vagas mas só entraram no quadro 417 contratados. As outras vagas foram ocupadas pelos do quadro.

 

Na próxima semana inicia-se a fase seguinte dos concursos de colocação de docentes. Aqueles que não tiverem componente lectiva, bem como os docentes dos quadros de zona pedagógica não colocados, terão obrigatoriamente que se candidatar à mobilidade interna, de acordo com a legislação aplicável. Também os docentes que procurem mudar de escola nessa fase concorrem à mobilidade interna. Os resultados serão conhecidos no final de Agosto.

 

“Os candidatos externos (contratados) fazem a manifestação de preferências para o concurso de contratação inicial no princípio de Agosto. Por forma a haver melhor aproveitamento dos recursos humanos das escolas, a colocação de docentes contratados para as necessidades transitórias serão conhecidas a partir das reservas de recrutamento, sendo que as primeiras decorrerão no início de Setembro, com efeitos para a contagem de tempo de serviço a 1 de Setembro para os colocados”, escreve o Ministério da Educação em comunicado.


Parlamento grego aprovou, por 153 votos a favor e 140 contra, o despedimento de 15 mil funcionários públicos e a colocação no regime de qualificação de mais 25 mil. Em Portugal está tudo parado com a crise política

Há uns meses, a classe política portuguesa fazia questão de frisar que Portugal não era a Grécia. Há um ano, quando a crise política estalou em Atenas com duas eleições legislativas em dois meses, os responsáveis europeus elogiavam a ampla base de apoio social e política que apoiava o Memorando de entendimento em Portugal. O tempo mudou e agora é tudo diferente. O governo grego, mesmo abalado pela crise provocada pelo encerramento da televisão pública, está a dar passos de gigante na reforma do Estado e Portugal, pelo contrário, marca passo, hesita na reforma do Estado, entra em crise política e torna-se aos olhos da Europa no mau aluno.


15 MIL DESPEDIMENTOS NO ESTADO Depois de longas e difíceis negociações com a troika, o executivo de Samaras, formado pela Nova Democracia e pelos socialistas do PASOK, assumiu o compromisso de avançar mesmo para a difícil e contestada reforma do Estado. Os primeiros resultados surgiram quando foi aprovada uma lei que dá poderes ao governo para encerrar de um dia para o outro empresas públicas, como aconteceu com a televisão pública. E ontem de madrugada, o parlamento grego aprovou por 153 votos a favor e 140 contra um pacote de medidas duras para a administração pública. Até final do ano vão ser despedidos 4 mil funcionários do Estado. Em 2014 esse número sobe para 11 mil. Ou seja, até final de 2014 serão despedidos 15 mil empregados públicos.


25 MIL NA REQUALIFICAÇÃO 

A exemplo do que o governo português anda a tentar fazer há muitos meses, o parlamento grego aprovou igualmente um regime de requalificação para funcionários públicos que irá abranger 25 mil trabalhadores e que prevê o pagamento de 75% do salário durante oito meses até serem despedidos do Estado. Quanto a números, 12 500 serão colocados neste regime até Setembro e os restantes até final de 2014. No total, as medidas aprovadas ontem abrangem 40 mil funcionários públicos.


TRANCHE DE MAIS DE OITO MIL MILHÕES 

Em troca da aplicação destas medidas, os fundos europeus e o FMI prometem desbloquear uma tranche superior a oito mil milhões de euros em Setembro. A determinação do executivo grego em finalmente pôr ordem no Estado e nas suas contas está obviamente a ser muito bem recebida em Bruxelas e Washington. Os sinais desse reconhecimento já estão à vista. Os gregos vão baixar de 1 de Agosto a 31 de Dezembro o IVA da restauração de 23% para 13% em troca de um imposto sobre produtos de luxo, algo que Portugal não quer ou não pode fazer, vão poder usar o dinheiro destinado à banca para o défice (ver caixa nesta página) e tiveram ontem a visita do ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäubler, que chegou a Atenas com um envelope de 100 milhões de euros para apoio às PME e a promessa de mais ajudas à dívida pública de Atenas (ver peça ao lado).

Isto acontece num país que já teve dois resgates no valor 240 mil milhões de euros e uma reestruturação da dívida. De um momento para o outro, os papéis inverteram-se e o mau aluno, a ovelha negra dos países sob resgate, tornou-se no bom aluno que merece dos professores alemães os mais rasgados elogios e, claro, os prémios a que tem direito.


O MAU ALUNO PORTUGUÊS 

Em Portugal está tudo do avesso. A reforma do Estado patina e o governo nem sequer consegue quantificar o número de funcionários públicos que irão ser despedidos e os que irão ser colocados no regime de requalificação. E a legislação que irá permitir avançar com o processo ainda não foi aprovada em Conselho de Ministros ou está congelada no parlamento. O bom aluno europeu, que ia além da troika, não fez a reforma do Estado na primeira fase do seu mandato. Foi obrigado a pôr o assunto na agenda no final do ano passado, prometeu avançar medidas em Fevereiro, adiou-as para Maio e depois para Julho. No fim do terceiro adiamento entrou em crise com a demissão estrondosa do ministro das Finanças e do ministro dos Negócios Estrangeiros. As saídas de Vítor Gaspar e Paulo Portas foram o pretexto usado por Cavaco Silva para deitar gasolina na fogueira. Agora, o bom aluno está com orelhas de burro e já não pode dizer que quer fugir da Grécia. Portugal, nestes dias de Julho, é um mau exemplo de que os gregos querem fugir como o Diabo da cruz.

 


 

Grande maioria dos gregos apoia dispensa de funcionários públicos

A grande maioria dos gregos está a favor da dispensa de funcionários públicos, revela hoje uma sondagem que saiu poucos dias depois de ter sido votado o plano de restruturação da Função Pública.

 
Cerca de 60,6% dos inquiridos manifestou-se a favor da dispensa dos funcionários públicos, enquanto 36% disseram estar contra, indica uma sondagem feita pelo Instituto Kapa, que entrevistou 1.002 pessoas na terça e quarta-feira, precisamente nos dias em que a contestação social foi mais intensa em relação às medidas apresentadas no Parlamento helénico.

Se cerca de 70% dos simpatizantes da Nova Democracia (direita) e do Pasok (socialistas), os partidos da coligação no poder, aprovam o despedimento dos funcionários públicos, 47,7% dos simpatizantes do partido da esquerda radical Syriza, a principal força da oposição, aprovam também a solução.


O Syriza tem sido uma das principais forças políticas gregas a denunciar os problemas humanos e sociais provocados pelas medidas de austeridade financeira acordadas entre as autoridades governamentais gregas, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia (UE).

Numa outra sondagem publicada hoje, mas pelo semanário To Vima, 64,5% das pessoas questionadas manifestaram-se a favor da mobilidade dos funcionários públicos, um dos direitos de que a Administração Pública grega nunca abdicou.

O Parlamento grego votou esta semana um projeto de lei que prevê a dispensa e a mobilidade dos funcionários públicos e que vai afetar, entre outros, a polícia municipal, os professores e os auxiliares escolares.


A lei estipula que os funcionários dispensados vão trabalhar oito meses com um salário reduzido antes de aceitarem uma nova proposta ou deixarem a Função Pública.

As primeiras dispensas iniciar-se-ão na segunda-feira e até ao final de julho serão abrangidos 4,2 milhões de funcionários.

Esta medida foi aceite pelo Governo grego como contrapartida para garantir o pagamento de uma parte da nova tranche da ajuda internacional de 6,8 mil milhões de euros recentemente aprovada pela União Europeia e o FMI.

Dinheiro Digital com Lusa


Tal como nos ensina Max Weber, o Estado moderno caracteriza-se pela separação entre quem administra (os funcionários públicos) e quem detém a propriedade dos meios de administração (a comunidade nacional organizada no Estado).

A função pública, tal como a política ou a ciência, é uma vocação, que passa pela aceitação de obrigações específicas (deveres) e pela obtenção de uma existência segura (estatuto). Essa segurança no emprego, garantia de independência profissional, é em toda a parte acompanhada por condições remuneratórias menos compensadoras do que as que vigoram no setor privado, nomeadamente para técnicos e dirigentes. De resto, é o que se passa em Portugal, como comprova o estudo de 2009 de Maria Manuel Campos e Manuel Coutinho Pereira, economistas do Banco de Portugal.


O processo de convergência total das regras do setor público com as regras do setor privado pode não ser um exclusivo português, mas não deixa de ser, por isso, um autêntico retrocesso civilizacional. O funcionalismo público passará a ficar com o pior de dois mundos: emprego simultaneamente precário e mal remunerado. É certo que existiam no Estado português subsistemas de saúde e proteção social e regras de aposentação injustificáveis. Mas essas situações de iniquidade foram corrigidas em devido tempo. Do que se trata agora, como titulava há dias o "Diário Económico", é de aplicar aos funcionários públicos as regras de despedimento do setor privado, exatamente o contrário daquilo que, em campanha eleitoral, nos tinha sido dito.


A chamada "reforma do Estado" resume-se afinal a um objetivo de poupança de 1.324 milhões de euros. Pelo meio, lança-se a confusão e colocam-se trabalhadores e desempregados do privado contra "os privilegiados" do setor público. Mesmo que à custa disso se ponha em causa uma das poucas vantagens comparativas que ainda tínhamos em relação à Grécia: alguns centros de excelência e carreiras qualificadas na administração pública. A mensagem é clara: no admirável mundo novo que aí vem, só "um falhado" é que vai querer servir o Estado. A austeridade é para continuar, custe o que custar.

A Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) criticou hoje a proposta do Governo de extinguir o Fundo de Pensões dos Militares e acusou o ministro da Defesa de "não ter vontade política" para encontrar uma solução.

"É uma questão que se arrasta há longos anos e só não foi resolvida de forma adequada porque não tem havido vontade política para o fazer", disse à agência Lusa o presidente da AOFA, coronel Manuel Cracel.

 

As associações das forças armadas estiverem, de acordo com o Diário de Notícias de hoje, reunidas na quarta-feira com a secretária de Estado da Defesa, Berta Cabral, onde lhes foi apresentado uma proposta de extinção do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas justificada com a actual conjuntura económica.

 

Em declarações à Lusa, o coronel Manuel Cracel disse que a AOFA não esteve presente na audição de quarta-feira com a secretaria de Estado da Defesa por considerar que, independentemente do encontro, a decisão final do Governo já está tomada.

"Para o ministro da Defesa nacional a forma mais fácil de resolver o problema é extingui-lo. Esta é mais uma peça de todo um conjunto de práticas que têm vindo a ser seguidas por este Governo", disse, acrescentando que a "lógica é extinguir as forças armadas e até os militares".

Para o presidente da AOFA, a extinção do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas surge numa altura em que as pensões têm vindo a ser sucessivamente reduzidas, fazendo com que esta medida do Governo assuma uma dimensão ainda maior.

 

"Muitos grupos socioprofissionais na Administração Pública têm fundos de pensões e de natureza diversa, que existem e que sobrevivem. Os militares estão sujeitos a particulares e severos deveres que são amplamente conhecidos e, por isso, não devem ser tratados como qualquer departamento da administração pública", sublinhou.

 

Questionado sobre soluções, Manuel Cracel defendeu a existência de um mecanismo equivalente ao usado pelos magistrados do Ministério Público (atenta à particular especificidade da profissão).

"O Governo tem de encontrar a melhor forma de compensar os militares olhando para a especificidade que caracteriza a actividade militar", disse.

Para já, o presidente da AOFA disse que vai informar os seus associados da situação e enviar ao Ministério da Defesa a posição da associação e as soluções que defende para evitar a extinção do fundo.

 

O Diário de Notícias de hoje refere que a medida proposta pelo Governo consta de um projecto de diploma para resolver o défice crónico do fundo: cerca de 30 milhões de euros anuais (depois de descontadas as contribuições de dois milhões de euros).

A solução, escreve o jornal, envolve a devolução das verbas descontadas para o fundo a todos os militares -- cerca de 7.000 -- que já não irão beneficiar do fundo. As verbas a devolver rondam os 20 milhões de euros.

A Lusa tentou ouvir o Ministério da Defesa mas ainda não obteve resposta.


Por 153 votos a favor num parlamento com 293 deputados presentes, foi aprovada a legislação de cortes na administração pública preparada pelo governo da Aliança Democrática com o PASOK.

O pacote de legislação de cortes na Função Pública grega foi aprovado, já depois da meia-noite em Atenas, por 153 votos num parlamento com 293 deputados presentes de um total de 300. O pacote tinha 109 artigos, tendo o artigo 81 relativo ao desmantelamento da polícia municipal sido aprovado apenas por 152 votos.

A legislação acordada com a troika sofreu diversas alterações de última hora em detalhes para conseguir garantir o apoio de deputados da própria maioria que suporta a coligação governamental da Aliança Democrática (AD) com o PASOK, o partido socialista.

A coligação dispõe de uma maioria de 155 deputados - 127 da AD e 28 do PASOK -, tendo estado ausente um deputado de direita. Um deputado socialista, Apostolos Kaklamanis, absteve-se em toda a votação, e outro, Paris Koukoulopoulos, que era líder da bancada, votou contra o artigo 81.

Moeda de troca 

O essencial do pacote consiste em despedir 15.000 funcionários públicos até final de 2014 e colocar até final de 2013 mais 25.000 em mobilidade durante oito meses, sobretudo professores e polícia municipal.

Esta aprovação foi a moeda de troca do governo grego para assegurar a aprovação das próximas tranches do segundo resgate por parte do Eurogrupo e do Fundo Monetário Internacional (FMI).


Segundo a edição online do jornal grego "Kathimerini", o Grupo do trabalho do Eurogrupo decidirá a 24 de julho, via teleconferência, a primeira parcela de 2,5 mil milhões de euros ainda em julho e de 500 milhões de euros em outubro. O FMI decidirá sobre a tranche de 1,8 mil milhões de euros. Neste pacote de financiamento, o governo de Atenas poderá, ainda, contar com 2 mil milhões de euros oriundos de lucros do banco central grego em operações de títulos. Ao todo, os 40 mil funcionários públicos abrangidos pelas decisões equivaleram a 6,8 mil milhões de euros até ao final do ano.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2017
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2015
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2014
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2013
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2012
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2011
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2010
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2009
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2008
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2007
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D