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A formiga no carreiro

Valorizar os trabalhadores e os serviços públicos, reforçar o Estado Social

Os trabalhadores da Administração Pública atravessam hoje um período de relativa retoma da esperança e da confiança, baseados nos sinais que têm sido dados pelo Governo no sentido da inversão da política de austeridade que vinha sendo seguida, sedimentada em congelamentos e cortes, que sempre viu nos seus rendimentos a forma mais fácil de cortar a despesa do Estado, facto que os conduziu a um progressivo empobrecimento.

 A reposição progressiva dos salários, a reposição das 35 horas de trabalho semanal, a manifestada intenção de combater a precariedade laboral no setor público, bem como o reatar da dinâmica negocial em alguns setores, permitem-nos hoje encarar o futuro de uma perspetiva um pouco mais otimista.

 

A vasta maioria dos eleitores que votaram nas últimas eleições legislativas afirmou, com toda a clareza, que defende a continuação e o reforço do Estado Social e não o seu progressivo desmantelamento. Contudo, esse reforço não será alcançado sem uma aposta clara na melhoria dos serviços da Saúde, da Educação, da Segurança Social, da Justiça, das Autarquias, e em todos os outros que existem para alcançarmos uma sociedade cada vez mais justa e solidária.

 

Foi guiado por este espírito que o SINTAP estabeleceu as suas prioridades reivindicativas, as quais, resumidamente, são as seguintes:

| Combate à precariedade laboral no setor público

- Existem cerca de 75 mil trabalhadores com vínculos laborais precários, situação que exige a tomada de medidas imediatas por parte do Governo, em cumprimento do disposto no seu programa.

 

| Salários

- recuperar o poder de compra dos trabalhadores;

- atualizar nominalmente a TRU;

- aumentar o salário mínimo em 35€;

- restabelecer a diferença mínima de 50€ entre as primeiras posições remuneratórias;

- rejeitar o pagamento dos subsídios de

férias e de Natal por duodécimos;

- atualização das ajudas de custo;

- pagamento do trabalho suplementar de acordo com a Lei nº 35/2014;

- atualização da remuneração complementar na Região Autónoma dos Açores;

- reposição e atualização do subsídio de insularidade na Região Autónoma da Madeira.

 

| Carreiras

- Avaliar as reais necessidades do serviços e promover a mobilidade intercarreiras;

- dar prioridade máxima ao descongelamento das progressões;

- valorizar as carreiras como elemento fundamental para a restituir a confiança e a estabilidade, tanto para as carreiras gerais como para as carreiras especiais e específicas;

- Conclusão dos processos negociais em curso para as carreiras especiais e específi

cas da área da Saúde.

 

| Regime de Requalificação

- Afastar de forma inequívoca e definitiva um regime injusto e injustificado, bem como qualquer alternativa que preveja diminuição salarial, inatividade ou despedimento;

- apostar em mecanismos que possibilitem e

facilitem a mobilidade entre órgãos e serviços.

 

| Negociação Coletiva

- Rever do Acordo Coletivo de Carreiras Gerais;

- aplicar as 35 horas de trabalho a todos os trabalhadores em funções públicas, independentemente da natureza do vínculo;

- negociar todas as matérias pecuniárias, incluindo salários, trabalho suplementar, suplementos remuneratórios, ajudas de custo, entre outras;

- negociar os acordos coletivos de empregador público nos mais diversos organismos da Administração Pública e outros como as misericórdias e as IPSS;

- Retomar e concluir a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho para os hospitais EPE.

 

| Regionalização, desconcentração e descentralização de serviços

- Iniciar negociações entre o Governo, as autarquias e as organizações sindicais tendo em vista a regionalização, desconcentração e descentralização de serviços e competências para as autarquias.

 

| ADSE

- Manter a ADSE na esfera pública;

- repartir as contribuições entre os trabalhadores e as entidades empregadoras

públicas;

- a ADSE deve ser um sistema aberto , possibilitando novas inscrições, e alargando os seus benefícios a todos os trabalhadores que desempenhem funções em serviços ou organismos  públicos, incluindo os que estejam sob o regime de contrato individual de trabalho.

 

| Caixa Geral de Aposentações

- Desagravar as penalizações impostas às aposentações antecipadas;

- alterar o regime de aposentação no sentido de despenalizar totalmente os trabalhadores com longas carreiras contributivas;

 

| Política Fiscal

- Desagravar a enorme carga fiscal a que os trabalhadores têm sido sujeitos nos últimos anos;

- aumentar o número de escalões do IRS;

- aumentar as deduções à coleta a considerar no que diz respeito às despesas com a educação e com a saúde.

 

| Segurança e Saúde no trabalho

- as entidades com competências no âmbito da prevenção e fiscalização da legislação em vigor relativa à segurança e saúde no trabalho devem ser dotadas de todos os meios necessários para o cabal desempenho das suas funções;

- mais prevenção e maior eficácia na reparação dos acidentes de trabalho.

A Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) reivindica um aumento de 35 euros do salário mínimo, para os 565 euros, e a garantia de que os funcionários públicos não terão quebra de rendimentos no próximo ano, foi hoje divulgado.

De acordo com um comunicado da FESAP, que sintetiza as reivindicações da estrutura sindical para 2017, o objetivo é recuperar o poder de compra dos trabalhadores, nomeadamente através do aumento de 35 euros do salário mínimo, mantendo uma diferença mínima de 50 euros entre as primeiras posições remuneratórias.

 

A federação sindical não apresentou uma percentagem de aumento salarial geral, deixando isso ao critério do Governo, desde que não haja perda de rendimento.

"O que exigimos é que não haja redução de rendimento", disse à agência Lusa o dirigente da FESAP, José Abraão, defendendo que os trabalhadores têm de ser pelo menos compensados pelo aumento da inflação.

Segundo o sindicalista, o descongelamento das carreiras e o consequente avanço na mesmas pode ser uma forma de compensar os funcionários públicos.

A FESAP reivindica ainda a atualização das ajudas de custo e a reposição do valor do trabalho suplementar e rejeita o pagamento dos subsídios de férias e de Natal por duodécimos.

A aplicação do horário de 35 horas a todos os trabalhadores da administração pública, a manutenção da ADSE na esfera pública, o desagravamento da carga fiscal e a despenalização das aposentações antecipadas para os trabalhadores com carreiras contributivas longas são outras das prioridades da federação.

"O que nós queremos é valorizar os trabalhadores e os serviços públicos e queremos ajudar o Governo a cumprir o seu programa", disse José Abraão, referindo-se ao descongelamento das carreiras.

A Fesap defende ainda o afastamento do Regime de Requalificação, "de forma inequívoca e definitiva".

A federação sindical, filiada na UGT vai apresentar a sua proposta reivindicativa ao Governo na próxima semana.

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