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A formiga no carreiro

A Federação dos Sindicatos da Administração Pública (Fesap) considerou que a proposta de Orçamento do Estado (OE) é um logro para os funcionários públicos, que vão continuar com os salários congelados em 2019, pelo décimo ano consecutivo.

"Este é um OE de continuidade, sem grandes novidades, mas tornou-se um logro para os trabalhadores da administração pública, que vão continuar a receber o que lhe é devido pelo descongelamento de carreiras de forma faseada e vão continuar sem aumentos salariais em 2019, em vez de voltarem à normalidade", disse à agência Lusa o secretário-geral da Fesap, José Abraão.

O sindicalista considerou inaceitável e injusto que o ministro das Finanças tivesse dito hoje que os funcionários públicos vão ter em 2019 aumentos médios superiores a 3%.

"Os trabalhadores da Administração Pública não vão ter nada disso, não vão ter qualquer aumento salarial em 2019, isto não passa de um exercício de manipulação para passar a ideia de que são eles que consomem grande parte das verbas do OE", afirmou.

José Abraão lamentou que o Governo não tenha, "no final de legislatura, dado um sinal positivo à Administração Pública", pondo fim "ao mais longo período, em democracia, sem aumentos salariais".

O dirigente sindical criticou ainda que a proposta do OE2019 "nem sequer faça uma referência a qualquer aumento do subsídio de refeição" no setor.

"Assim não pode haver paz social", afirmou, lembrando a greve que está marcada para dia 26.

Na conferência de imprensa de apresentação do OE2019, Mário Centeno disse que há uma margem de 50 milhões de euros para aumentos de salários na função pública em 2019, mas não indicou como será distribuído esse valor.

Para José Abraão, "é difícil perceber se isso se traduzirá em alguma melhoria para os trabalhadores da Administração Pública".

A última reunião negocial entre o Ministério das Finanças e os sindicatos da função pública realizou-se na sexta-feira e a Fesap já pediu a negociação suplementar.

Esta estrutura sindical filiada na UGT reivindica aumentos de 3,5% e o descongelamento de carreiras sem faseamentos.

O Governo entregou na segunda-feira à noite no parlamento a proposta de OE2019, onde estima um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2% no próximo ano, uma taxa de desemprego de 6,3% e uma redução da dívida pública para 118,5% do PIB.

No documento, o executivo mantém a estimativa de défice orçamental de 0,2% do PIB no próximo ano e de 0,7% do PIB este ano.

Fonte

Sindicatos exigem um aumento salarial para toda a Função Pública. Caso contrário, asseguram, o país vai paralisar na Saúde, Educação e Segurança Social. Ações de luta estendem-se até fim de novembro.

Sem aumentos para todos os funcionários públicos, “um dia de greve será pouco”, promete a Federação dos Sindicatos da Administração Pública (Fesap), que garante que todos os sectores estratégicos da Administração Pública, como a Saúde, Educação e Segurança Social vão parar e que serão levadas a cabo ações de luta “cirúrgicas” e em “serviços estratégicos” do país até à aprovação da proposta de lei do orçamento do Estado para 2019, prevista para 29 de novembro.

A paralisação setorial a nível nacional foi revelada ao Jornal Económico por José Abraão, secretário-geral da Fesap que, na reunião desta sexta-feira, 12 de outubro, com o Ministério das Finanças vai colocar novamente em cima da mesa negocial duas reivindicações de base: aumentos salariais devem chegar aos 675 mil trabalhadores da Função Pública e devem ser superiores a cinco euros.

“Se a nossa proposta de aumento salarial generalizado não for aceite, um dia de greve será pouco. Há um conjunto de outras ações cirúrgicas que serão desencadeadas, como paralisações sectoriais de serviços estratégicos, em simultâneo, nomeadamente na Saúde, Educação e Segurança Social”, disse. José Abraão realça que a Fesap “não aceitará outro desfecho que não seja o de um aumento salarial para todos os funcionários públicos”, bem como “uma proposta com dignidade e não um aumento de cinco euros”.

Deixa ainda um recado ao ministro das Finanças: “Ou Mário Centeno continua com a obsessão de redução do défice e o objetivo de saldo orçamental positivo, ou vai inscrever o seu nome no período mais longo de congelamento salarial da Função Pública [que já não tem aumentos gerais de salários desde 2009]”.

Fonte

Na reunião realizada no âmbito do processo negocial, no dia 10 de Outubro, os representantes do Governo, apresentaram-se
com uma posição de nada de novo, mas com o argumento que o governo está a fechar a proposta de Orçamento do Estado e só a partir desse momento (dia 15 será entregue na Assembleia da República) terão todos os elementos necessários para trabalharem a sua proposta conforme se comprometeram. 

Da análise feita no momento, as organizações entenderam que:
· A posição de ambiguidade do Governo/administração, precisa de uma permanente pressão sindical, suportada na mobilização dos trabalhadores, embora sem dar espaço à outra parte para justificar as nossas acções para se continuar a refugiar no adiamento das respostas a que se comprometeu;
· Para isso, há que reformular a nossa luta, pressionando o governo/administração com os argumentos que invocam, mas tendo pela frente a luta organizada dos trabalhadores.

Dentro destes pressupostos, na reunião e após a mesma, foi decidido o seguinte:

> Transmitir aos representantes do governo/administração que os valores que têm apresentado são insuficientes e que nada adianta estarmos a fazer uma discussão da distribuição desses valores;

> Queremos que apresentem propostas que apontem para a valorização dos salários e das carreiras profissionais, o que não é possível se insistirem em incluir nesse pacote as verbas acordadas para este ano;

> Que para além desta questão é preciso que se disponibilizem para evoluir nas matérias em que tem havido desacordo
no que se refere ao clausulado geral; 

> Se querem um acordo rápido têm que clarificar o que pretendem fazer relativamente ao RC, ou seja, mantêm a
sua proposta inicial, ou vão apresentar outra;

> Se a questão é a conclusão da proposta de Orçamento do Estado, desafiamos a que apresentem até dia 25 de Outubro as respostas que ficaram em dar, ficando assim, sem qualquer desculpa para o não fazerem;

 

Para não arranjarem outras desculpas, após a reunião as organizações sindicais, decidiram, reformular a luta, nos seguintes moldes:
> Adiar para o próximo dia 31 de Outubro a greve marcada para a próxima sexta feira (12 de Outubro);

> Realizar uma reunião de organizações de trabalhadores na próxima segunda feira, dia 15, com o
objectivo de:

Organizar a greve e preparar todos os aspectos necessários à sua formalização;

Discutir outras acções
complementares em defesa das reivindicações de TODOS os trabalhadores da IP - Infraestruturas de Portugal; IPTelecom; IP-Engenharia e IPPatrimónio.

Lisboa 10/10/2018

Proposta enviada aos sindicatos prevê que o pagamento das progressões na carreira de 2019 seja feito em quatro momentos, prolongando-se até 2020. Modelo é semelhante ao que está a ser aplicado este ano.

O Governo quer repetir no próximo ano o pagamento faseado das progressões na carreira na Administração Pública. Assim, os funcionários públicos que tenham direito a progredir a partir de 1 de Janeiro de 2019 vão receber o acréscimo salarial correspondente em quatro momentos diferentes: dois em 2019 e os outros em 2020.

Esta é uma das propostas do documento com as medidas a incluir no Orçamento do Estado (OE) para 2019 que o Ministério das Finanças vai discutir nesta quinta-feira com os sindicatos e que prevê também a recuperação dos prémios de desempenho e as progressões por decisão dos dirigentes dos serviços. O tema dos aumentos salariais não é abordado no documento enviado na quarta-feira à noite às três principais estruturas representativas dos trabalhadores.

A proposta desenhada para 2019 em relação às progressões obrigatórias (que acontecem quando os trabalhadores acumulam dez pontos na avaliação ou reúnem as condições previstas na lei) retoma o modelo que está a ser aplicado em 2018. Assim, os acréscimos remuneratórios das progressões referentes a direitos adquiridos durante 2019 serão pagos em quatro prestações. Em 2019, os trabalhadores recebem 25% do acréscimo a 1 de Janeiro e 50% a 1 de Setembro; e em 2020, recebem 75% a 1 de Maio e 100 % a 1 de Dezembro.

Quando descongelou progressões a 1 de Janeiro de 2018, o Governo decidiu diluir no tempo o impacto orçamental, pagando o acréscimo salarial em quatro fases repartidas por 2018 e por 2019. Uma delas logo no início do ano em Janeiro; a segunda em Setembro; e as restantes em Maio e Dezembro de 2019.

Mas a repetição do modelo para as progressões de 2019 nunca tinha sido equacionada publicamente pelo Governo. Isto, embora numa das últimas reuniões com os sindicatos para discutir as medidas para a função pública a incluir no Orçamento do Estado para 2019, o Ministério das Finanças já tinha avisado que a retoma da normalidade na gestão dos funcionários públicos seria gradual e progressiva.

O documento prevê ainda uma adaptação do faseamento para as progressões de 2018. A proposta parece partir do pressuposto de que há atrasos no pagamento da segunda tranche de 2018 (que devia chegar à conta dos funcionários públicos a 1 de Setembro) e por isso estipula que o acréscimo salarial deve ser pago “até 30 de Abril”. As tranches seguintes mantêm-se: 75% a 1 de Maio e 100 % a 1 de Dezembro de 2019.

A proposta do Governo prevê que no próximo ano os serviços possam reservar uma parte do orçamento para progressões gestionárias e para prémios de desempenho.

Fonte

O Executivo socialista e os parceiros discutem aumentos salariais na administração pública.

O Governo está a negociar com os parceiros à esquerda aumentos salariais para os funcionários públicos. O Jornal Económico e o Jornal de Negócios admitem, esta quinta-feira, que existem vários cenários em discussão.

Num primeiro cenário, todos os 675 mil trabalhadores do Estado receberiam mais 10 euros. Contactado pela TSF, no entanto, o Ministério das Finanças desmente esta hipótese.

Num segundo cenário, o Governo dá prioridade aos salários mais baixos e aumenta o valor do salário mínimo no Estado, fixando-o em 635 euros - uma medida que deve abranger perto de 80 mil trabalhadores. Quem ganha 600 euros mensais, deverá ter um aumento que poderá chegar a 35 euros. Já os funcionários públicos que recebem 610 euros podem contam com mais 25 euros no final do mês e os que recebem 630 euros têm o menor aumento, correspondente a 5 euros.

O último cenário ainda em discussão prevê que para os salários entre os 635 euros e os 835 os aumentos sejam de 10 euros - o que beneficiaria mais de 90 mil trabalhadores do Estado. No entanto, caso a possibilidade do aumento de salário de 10 euros para todos os funcionários públicos não siga em frente, estes aumentos podem mesmo ser revistos em alta - com um ordenado de 835 euros a ficar próximo dos 1.000 euros.

Fonte próxima das negociações revelou ao Jornal Económico que o impacto financeiro destas medidas deve rondar os 80 milhões de euros por ano.

Sobre estes dois cenários, o Ministério das Finanças opta, para já, por não se pronunciar.

Fonte

De acordo com a proposta entregue aos sindicatos, a ideia, inesperada, é que os funcionários que progridam no próximo ano só recebam o total da progressão na próxima legislatura.

 

O Governo quer travar as novas progressões dos funcionários públicos, atirando o seu pagamento integral para 2020, revela a proposta enviada aos sindicatos já no final da noite desta quarta-feira, a que o Negócios teve acesso. 

"O Governo propôs aos sindicatos que todos os trabalhadores que mudem de posição remuneratória em 2019, pela primeira vez, vejam a sua progressão paga faseadamente até 2020", disse ao Negócios José Abraão, secretário-geral da Fesap.

 

"É completamente inaceitável depois de terem prometido normalidade para 2019", reage. Uma promessa que ficou inscrita na lei do orçamento do Estado para 2018 a propósito de matérias como o pagamento de prémios de desempenho ou de progressoes por opção do dirigente. 

Se não houvesse novo faseamento, os funcionários que progridem em 2019 começariam a receber 50% da sua progressão a partir de Janeiro, 75% em Maio e a totalidade em Dezembro do próximo ano.

A proposta revela que quem progredir com base em "direitos adquiridos" em 2019, seja por ter reunido os tempo ou os pontos necessários, ou por opção do dirigente (possibilidade levantada de forma residual em 2019), receberá afinal a progressão em quatro fases, com o pagamento de 25% em Janeiro, de 50% em Setembro, de 75% em Maio de 2020 e de 100% em Dezembro de 2020.

 


Este ano completa-se um novo ciclo avaliativo, o que significa que há funcionários que só reunirão os dez pontos necessários para a progressão em Janeiro de 2019. Por outro lado, em carreiras como a dos professores, onde o salto remuneratório depende essencialmente do tempo, a progressão pode ocorrer em qualquer momento do ano, e logo em qualquer momento de 2019.


Não se esperava que o Governo defendesse um novo faseamento das novas progressoes, que na prática atira a despesa para os próximos anos.


O faseamento repete a lógica aplicada este ano: quem ganhou direito a progredir em 2018 recebeu 25% da progressão em Janeiro (nos casos em que não existiram atrasos), 50% a partir de Setembro e vai receber 75% a partir de Maio e 100% em Dezembro, tal como tinha sido anunciado.

 

O Governo recebe esta quinta-feira à tarde os sindicatos da Função Pública e até à apresentação do orçamento, a 15 de Outubro, e à sua aprovação final, no final de Novembro, as propostas ainda podem evoluir. 

Em negociação com o Bloco de Esquerda e o PCP está também um aumento geral dos salários de 10 euros para todos os funcionários, estabelecendo-se o valor salarial mínimo de 635 euros, tal como o Negócios noticiou esta quarta-feira. Esta solução não consta da proposta enviada aos sindicatos, mas se avançar superará as expectativas criadas.

Fonte

A idade média dos trabalhadores da função pública tem aumentado nos últimos anos e é atualmente de 47 anos.

O regime de quase congelamento de entradas na função pública – durante o período da troika os concursos autorizados eram quase sempre internos – agravou a média etária dos trabalhadores. Com as forças armadas (onde a média de idades é mais baixa), o valor ronda os 47 anos. Se excluirmos esta carreira, avança para os 48 anos.

A idade dos funcionários públicos A media etária dos 669 331 funcionários públicos é de 47 anos e está bem acima da média de 43,1 anos da população ativa portuguesa. Mas há carreiras da função pública onde o peso da idade é maior do que noutras.

Forças Armadas

Nas Forças Armadas a idade média dos trabalhadores é de 33,1 anos, sendo também aqui que se observa o Índice de Juventude mais elevado: 252 - o que significa que 100 trabalhadores com mais de 40 anos há 252 com menos de 39 anos.

Bombeiros

Os bombeiros são a segunda carreira da administração pública com a idade média mais reduzida. Os 2100 trabalhadores têm uma idade média de 39,9 anos. O Índice de Juventude é de 87.

Enfermeiros

A idade média dos 44 638 enfermeiros ligados ao Serviço Nacional de Saúde é de 40,9 anos. O Índice de juventude é igual a 100 e o Índice de Renovação (outros dos indicadores que permite verificar o estado etário de uma carreira) é de 106,6.

Forças de Segurança

42 anos é a idade média das pessoas integradas nas Forças de segurança. O Índice de Juventude é 63,2 mas o Índice de Renovação (que mostra quantos trabalhadores há entre os 20 e os 29 anos por cada 100 com idades entre os 55 e os 64 anos) é de 115.

Médicos

Os 43 anos de idade média dos médicos do SNS fazem com que esta seja uma das carreiras da função pública menos envelhecidas. Mas neste caso o Índice de Renovação é de 76.

Técnicos Superiores

Os Técnicos Superiores (carreira onde apenas podem ingressar pessoas com pelo menos uma licenciatura) têm uma idade média de 45,6 anos.

Informáticos

A Administração pública tem 4997 pessoas na carreira de informático e a sua idade média ascende aos 47 anos.

Oficiais de Justiça

Os Oficiais de Justiça estão longe de ser a carreira com idade mais elevada, mas no seu conjunto os mais de 7700 funcionários têm uma idade média de 48,2 anos. E o Índice de Renovação é de apenas 24,1.

Magistrados

48,8 anos é a idade média dos magistrados, o que corresponde a 1,8 anos acima da média etária do conjunto da administração pública.

Pessoal de Inspeção

A carreira de Pessoal de Inspeção tem apenas 1661 funcionários e a sua idade média é de 49,1 anos, sendo uma das mais envelhecidas da função pública. O Índice de Renovação é de apenas 1,1 o que significa que há apenas 1,1 pessoas entre os 20 e os 29 anos por cada 100 entre os 55 e os 64 anos.

Representantes do Poder Legislativo

Na categoria de representantes do poder legislativo (onde se incluem autarcas, por exemplo) a idade média é também 49,1 anos, sendo o Índice de Renovação de 7.

Educadores e Professores dos Ensinos Básico e Secundário

É a segunda carreira mais numerosa da função pública (com 134 062 pessoas) e uma das mais envelhecidas com uma idade média de 49,2 anos.

Assistentes Técnicos

Por cada 100 dos assistentes técnicos da administração pública com idades entre os 55 e os 64 anos, apenas 4 têm entre 20 e 29 anos. Tudo somado, a idade média dos 84 132 funcionários integrados nesta carreira ronda atualmente os 49,3 anos.

Assistentes Operacionais

São uma das carreiras da função pública onde a idade média dos trabalhadores supera a fasquia dos 50 anos. Neste casos, os 151 104 funcionários têm uma média etária de 50,3.

Administração Tributária e Aduaneira

Os funcionários da Autoridade Tributária e Aduaneira têm uma média etária de 51,5 anos e o Índice de Renovação indica que o número de pessoas entre os 20 e os 29 anos é quase inexistente: há 0,1 pessoas nesta faixa etária por cada 100 com idades entre os 55 e os 64 anos.

Notários e Conservatórias

Os 3995 conservadores e notários têm uma média de idades de 50,4 anos e entre os trabalhadores dos registos e notariados aquele valor é ainda mais elevado atingindo os 52,5. Em ambos os casos o Índice de Renovação é zero - porque por aqui não há ninguém com menos de 29 anos.

Fonte

O dirigente da FESAP adiantou que ainda não chegou qualquer documento aos sindicatos.

O dirigente da Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), José Abraão, lamentou esta terça-feira que esteja a conhecer as propostas do Governo de aumentos salariais pela comunicação social, referindo que aos sindicatos ainda não chegou qualquer documento.

“Não estamos disponíveis para chegar ao dia e tomar conhecimento das negociações entre o Governo e o Bloco de Esquerda (BE)”, disse o sindicalista em declarações à agência Lusa, depois de, na segunda-feira, fontes ligadas às negociações orçamentais terem confirmado à Lusa que as propostas iniciais que o Governo apresentou para aumentar os salários da função pública variam entre cinco e 35 euros, dependendo do número de trabalhadores abrangidos.

Mais tarde, em entrevista à TVI, em São Bento, o primeiro-ministro António Costa, questionado sobre se haverá um aumento do salário base dos trabalhadores da administração pública em 2019, referiu que o seu executivo irá “tão longe quanto for possível”, observando, depois, que, neste momento, se está em fase de negociação sindical.

“Entendo que teria maior eficácia concentrar a margem financeira que existe em quem mais precisa e onde a diferença é maior do que disseminar de uma forma igualitária por todos, beneficiando todos pouco. Em alguns vencimentos, nos mais altos, essa diferença não fará a diferença”, alegou o primeiro-ministro.

Para José Abraão, a FESAP “não pode subscrever esta vontade do primeiro-ministro de beneficiar apenas os salários mais baixos”.

Os sindicatos vão reunir-se com o Governo no ministério das Finanças, na quinta-feira, para discutir, entre outros assuntos, os aumentos salariais para 2019.

No caderno reivindicativo da FESAP, entregue ao Governo, consta a exigência de um aumento de 3,5% em todos os salários e pensões para 2019, bem como a atualização do subsídio de refeição para seis euros e a retoma dos 25 dias úteis de férias.

“Queremos aumentos para todos os funcionários públicos e negociados com os sindicatos”, referiu o sindicalista.

Fonte

Aumento de 35 euros chega a 96 mil trabalhadores. Proposta do governo aponta para uma despesa anual de cerca de 50 milhões de euros.

As negociações estão longe de estar fechadas, mas ganha cada vez mais força o cenário de que, no próximo ano, os funcionários públicos terão um aumento fixo em valor (e não em percentagem). Resta saber se o ‘bolo’ de despesa com os aumentos será divido por todos ou apenas por uma parte dos trabalhadores, sendo que os cenários que o governo levou para a mesa das negociações consideram um aumento de cinco euros para todos, de 35 euros para os que ganham menos ou um valor intermédio para o cerca de um terço que recebe até 835 euros por mês. Certo é que quem está do outro lado das negociações, não gosta de nenhuma destas soluções.

Em comum os vários cenários têm o facto de se basearem todos num valor global similar de despesa. Ou seja, o governo aceita por fim a praticamente uma década de congelamento de salários na administração pública – o último aumento foi em 2009, de 2,9% – mas quer conter a subida da despesa com pessoal. Contas feitas, as várias propostas em negociação implicam que a fatura aumente 3,4 milhões de euros por mês ou perto de 50 milhões de euros por ano.

Este é o valor que será distribuído pelos 675 300 funcionários públicos se cada um for aumentado em cinco euros por mês. Mas se a opção recair por aumentar mais os que ganham menos e usar o valor máximo contemplado no cenário mais generoso (35 euros), isso significa que o ‘bolo’ será dividido por cerca de 96 mil funcionários. Numa solução intermédia (acima dos 5 euros mas abaixo dos 35) será possível atualizar os salários de um terço dos trabalhadores.

Nenhum dos cenários agrada aos representantes dos trabalhadores que não aceitam nem “aumentos ridículos de cinco euros” nem aumentos apenas para alguns. O Bloco de Esquerda também já assumiu publicamente que ainda que seja favorável a um aumento em valor (por ser mais justo do que um aumento em percentagem) tem negociado o tema procurando um aumento real. O PCP, pela voz do líder parlamentar, João Oliveira tem sublinhado a necessidade de haver aumentos salariais adiantando ainda que, do que foi transmitido ao partido, estará em causa não apenas uma subida para alguns, mas uma solução de aumento geral dos salários para todos os trabalhadores. João oliveira tem também alertado que esta é uma questão de negociação sindical.

“Se o Governo avançar com um valor simbólico, ridículo, e só para os salários mais baixos, seguramente que um dia de greve será pouco, porque já estamos fartos de andar a perder”, referiu o secretário-geral da Fesap, José Abraão, sublinhando que depois de uma década de congelamento não se pode esperar que as pessoas aceitem 5 euros. O mesmo dirigente sindicato afirma ainda não acreditar que não haja margem orçamental para ir mais além e duplicar o valor que foi avançado.

A Frente Comum já marcou uma greve para dia 26, pretendendo desta forma aumentar a pressão, e Helena Rodrigues, presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, também já se manifestou contra aumentos apenas para alguns porque “não se pode deixar para trás os funcionários mais qualificados”.

No essencial nenhum dos sindicatos aceita nem aumentos tão baixos, nem aumentos apenas para alguns. E ainda que tenham sempre manifestado disponibilidade para negociar, todos estes cenários estão bem longe daquilo que propõem e que oscila entre os 3% (STE), 3,5% (Fesap) e 4% com aumento mínimo de 40 euros (Frente Comum)

Ao longo desta semana, Fátima Fonseca, secretária de Estado da Administração e do Emprego Público, deverá entregar aos sindicatos a proposta do governo para a Função Pública. Espera-se que inclua várias matérias que não apenas a questão salarial. Com ou sem contraproposta, o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Frente Comum e Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap) reúnem, por esta ordem, com a equipa do Ministério das Finanças na quinta-feira.

José Abraão tem alertado para a injustiça que é deixar congelado um salário de 700 euros quando se faz “e muito bem” o esforço orçamental de conceder uma atualização de dez euros aos pensionistas que recebem valores próximos deste – como sucedeu em 2017 e 2018 e PCP e Bloco querem repetir em 2019.

A esta soma-se outra questão que terá de ser contemplada: enquanto os funcionários públicos (assistentes operacionais) que estão na base da Tabela Remuneratória Única têm sido beneficiados com o aumento do salário mínimo, o mesmo não tem sucedido com aqueles que estão em patamares de valores próximos e que são de carreiras com funções mais especializadas (como são os assistentes técnicos). Com aumentos apenas para alguns esta situação irá distorcer ainda mais a TRU, avisam os sindicatos, e irá criar novas posições virtuais.

Além disso, a subida do SMN já ‘engoliu’ as duas primeiras posições da TRU e, em 2019, com a subida para (pelo menos) 600 euros, ultrapassará a terceira posição, que está balizada nos 583 euros.

Atribuir aumentos diferenciados em função daquilo que se recebe não é uma solução original. Em 2004, a então ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite atribuiu um aumento de 2% aos funcionários cuja remuneração base fosse igual ou inferior a 1024,9 euros.

Em entrevista à TVI, o primeiro-ministro, António Costa, mostrou-se favorável em concentrar o aumento dos salários nos vencimentos mais baixos.

“Entendo que teria maior eficácia concentrar a margem financeira que existe em quem mais precisa e onde a diferença é maior do que disseminar de uma forma igualitária por todos, beneficiando todos pouco. Em alguns vencimentos, nos mais altos, essa diferença não fará a diferença”, alegou o primeiro-ministro.

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