A Confederação Europeia de Sindicatos (CES) espera conseguir reunir 100 mil manifestantes na próxima quarta feira em Bruxelas, num protesto contra as medidas de austeridade recentemente adoptadas por vários Estados-membros da União Europeia, disse à Lusa fonte sindical.
Segundo a porta-voz do CES, Patrícia Grillo, a manifestação tem ainda como objectivo exigir dos governos nacionais "planos de recuperação que favoreçam o crescimento e a criação de emprego qualificado".
Já no início do mês, o secretário-geral do CES, John Monks, tinha adiantado estar "particularmente preocupado" com o desemprego e o crescimento das desigualdades.
A manifestação de dia 29 está em preparação desde Junho e, além de Bruxelas, vai envolver eventos noutros países, incluindo Portugal.
No final do evento - que vai atravessar o centro político-económico da capital belga, terminando junto à sede do Conselho da UE -- estão previstos encontros de responsáveis da confederação e o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, bem como com o primeiro-ministro belga, Yves Leterme, dado que a Bélgica assegura até Dezembro a presidência rotativa da UE.
A última grande manifestação europeia, que teve lugar em maio de 2009, o CES conseguiu mobilizar um total de 350 mil
"Tivemos, no conjunto dos quatro maiores eventos -- Bruxelas, Berlim, Praga e Madrid, 350 mil participantes", referiu Patrícia Grillo.
A porta-voz do CES recordou que o mote deste protesto foi "combater a crise", tendo tido como objectivo "alertar os governos europeus para o impacto da crise sobre os trabalhadores".
A manifestação de Bruxelas é maioritariamente composta por belgas, apesar de ser habitual a participação de delegações vindas de outros Estados-membros, pelo que o papel das principais associações sindicais do país tem sido de divulgação da iniciativa, nomeadamente através da internet e da distribuição de folhetos.
Segundo o CES, há na UE 23 milhões de desempregados e a Europa atravessa uma tensão social crescente, com milhões de pessoas em situação precária.
O protesto acontece no mesmo dia em que o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso comprometeu-se a apresentar propostas legislativas mais urgentes, acreditando que os governos nacionais aceitem agora a aprovação de mais medidas no sentido de sancionar os países que não cumprem as regras dos 27 de política orçamental.
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