As urgências hospitalares estão a funcionar com os limites mínimos perante a obrigatoriedade imposta pelo Governo de reduzir as horas extra na Função Pública.
O aviso chega dos administradores hospitalares e dos sindicatos dos médicos.
Um exemplo do caos em que estão as Urgências hospitalares verificou-se no Garcia de Orta nos dois últimos dias. Os doentes urgentes, com pulseira amarela, chegaram a esperar sete horas para serem vistos por um médico, depois de passarem na triagem. A PSP chegou a ser chamada ao local devido aos protestos dos utentes.
Ao Correio da Manhã, o Presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares afirma que "os hospitais já não conseguem fazer mais cortes nas horas extras, depois de o Ministério da Saúde ter solicitado esses cortes no início de 2010".
Pedro Lopes alerta para o facto de os hospitais já estarem a trabalhar "no limiar e, se continuarmos a cortar na despesa, entramos na questão da quantidade e qualidade dos cuidados prestados à população".
Também os médicos estão preocupados com esta situação: "há uma grande carência de médicos nos hospitais públicos, depois de muitos profissionais se aposentarem ou optarem por trabalhar no sector privado, descontentes com as medidas tomadas pelo anterior ministro da Saúde, Correia de Campos, que reduziu o valor das horas pagas aos profissionais que trabalham nas urgências", avança Sérgio Esperança, da direcção da Federação Nacional dos Médicos.
De recordar que a partir de dia 1 de Janeiro, os funcionários da saúde vão sofrer cortes nas ajudas de custo e no subsídio de transporte, estando ainda prevista a redução da despesa com as horas extraordinárias, a eliminação da possibilidade de acumulação de vencimentos públicos com pensões e reformas e a alteração das regras relativas à atribuição de prestações familiares.
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