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A formiga no carreiro

Os professores não querem que a sua manifestação de sábado seja utilizada pelos partidos políticos com fins eleitorais. Os dirigentes dos principais sindicatos e federações de professores garantiram ao DN que estão contra a instrumentalização que a oposição possa fazer das suas reivindicações, e há quem afirme que os partidos não deviam sequer participar na Marcha da Indignação.

Os organizadores da manifestação são consensuais ao afirmarem que não pediram o apoio dos partidos. Desde logo, o secretário-geral da Fenprof, de quem partiu a ideia da iniciativa, afirma que o objectivo da manifestação é levar à participação de todos os professores, sem olhar a filiações partidárias. No entanto, Mário Nogueira avisa que os organizadores da manifestação não querem que haja bandeiras dos partidos, apenas dos sindicatos. "Se os partidos quiserem participar, é da sua inteira responsabilidade, tendo sempre em consideração que os professores não querem ser instrumentalizados". Carlos Chagas, do Sindicato Independente e Democrático dos Professores, acrescenta que a plataforma sindical que organizou a manifestação não pediu a aderência dos partidos da oposição, apesar de terem colocado as questões aos grupos parlamentares com assento na Assembleia da República. Argumentos a que apenas o Partido Socialista, de onde emana o governo, não se mostrou sensível.

Também João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação, realça que a manifestação é dos professores, consequência do mal-estar criado no sector e pela subversão da profissão. "Portanto, não admitimos a instrumentalização dos problemas dos professores com fins políticos, não queremos que os professores sejam instrumentalizados". Ainda assim, João Dias da Silva recusa comentar a participação dos líderes políticos no protesto.

Já Carlos Chagas não pondera sequer a hipótese de os líderes partidários participarem na Marcha da Indignação, que decorre a partir das 14.30 do próximo sábado, em Lisboa. "Não vemos com bons olhos a entrada de qualquer dirigente político na manifestação", afirma de forma taxativa Carlos Chagas, que não quer o protesto transformado em luta eleitoral. "O que nos interessa são as propostas dos partidos nos seus programas eleitorais. Neste momento, o apoio é fácil porque a manifestação está na rua, queremos ver é depois no dia a dia. Nós percebemos que os partidos apoiem a manifestação, mas nunca que façam parte dela". Apesar de se mostrar frontalmente contra o jogo eleitoralista, o secretário-geral do Sindep considera positivo os políticos tentarem perceber juntos dos professores o que podem fazer na área da educação.

Perante as críticas dos sindicalistas, o presidente do Partido Social Democrata já veio a público esclarecer que, apesar de apoiar o protesto de dia 8 de Março, não vai desfilar ao lado dos docentes na Avenida da Liberdade até ao Largo do Rossio. Interpelado ontem numa conferência de imprensa na sede nacional do PSD, Luís Filipe Menezes garantiu que não irá participar na manifestação dos professores.

"É óbvio que não participarei", disse, quando instado a comentar denúncias de dirigentes sindicais sobre alegadas tentativas de instrumentalização partidária dos protestos dos professores. O dirigente social-democrata augurou uma "grande manifestação" com a participação de "portugueses de todos os matizes partidários".

Fonte Diário de Notícias, edição de 5 de Março de 2008. Ligação para a notícia (aqui)

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