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A formiga no carreiro

O Governo francês anunciou o congelamento dos salários da função pública em 2012, o segundo ano consecutivo em que essa medida é tomada. A decisão, contestada pelos sindicatos, é conhecida no dia em que o Presidente Sarkozy reafirmou que não abrirá mão de um projeto de lei que visa obrigar as grandes empresas que pagarem dividendos aos acionistas a distribuírem bónus aos seus trabalhadores.


Segundo a edição de hoje do jornal Le Monde, o congelamento dos salários da função pública em 2012 foi comunicado aos sindicatos franceses durante um encontro com o ministro do Orçamento e o secretário de estado da Função Pública em Bercy. As organizações sindicais responderam abandonando prematuramente a reunião.

“Não houve esta manhã nem sombra de uma negociação” lamentou Brigitte Jumel da CFDT. “Sabemos que as pessoas estão muito dececionadas e não podemos eixar de estar à altura da deceção”. 

Por sua vez, o representante da CGT, Jean–Marc Canon disse-se “profundamente descontente” com o anúncio, falando de “uma medida sem precedentes desde a Libertação”. Segundo ele, o Governo não mostrou ter “nenhuma ideia interessante” e não “escutou nada do que lhe diziam as organizações sindicais”.

O porta-voz do Governo, François Baroin, disse que o executivo “vai continuar em 2011 e 2012 a garantir uma progressão razoável do poder de compra dos funcionários” argumentando que, o índice [de atualização salarial] é “apenas um elemento entre outros que ditam o aumento do poder de compra”.

Em outubro o Tribunal de Contas francês tinha calculado que o congelamento dos salários públicos até 2013 parecia ser “tecnicamente necessário” para “respeitar o objetivo global do controle das despesas públicas”. 

Cada subida de um ponto ao índice salarial custa ao orçamento da república Francesa, cerca de 900 milhões de euros por ano. 

Sarkozy quer que empresas de sucesso distribuam bónus aos trabalhadoresNo mesmo dia em saem penalizados os funcionários públicos o Presidente francês voltou a acenar com um novo dispositivo que, segundo diz” irá “favorecer o poder de compra dos assalariados”. 

De visita às Ardenas, Nicholas Sarkozy prometeu que “não cederá” em relação ao projeto que prevê a distribuição de prémios aos trabalhadores das empresas que distribuam dividendos aos seus acionistas. 

“Quando existe uma retoma, eu digo que é normal que os assalariados e os operários a quem se pediram os esforços durante a crise beneficiem dessa retoma”, disse Sarkozy. “nas grandes empresas, se houver um forte aumento dos dividendos, será necessário que os empregados recebam uma parte e é preciso obrigar essas empresas a negociarem”, disse. 

A um ano das eleições presidenciais, Sarkozy faz questão de distinguir as grandes companhias, representadas no índice CAC40 da Bolsa parisiense, das pequenas empresas que irão beneficiar de incentivos. 

O Presidente francês precisou que no caso das empresas mais pequenas, esse “bónus excecional” será “isento de taxas sociais” além de não ser obrigatório. 

Os pormenores do novo dispositivo ainda não são todos conhecidos, mas Sarkozy promete que “serão conhecidos nos próximos dias”. 

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