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A formiga no carreiro

À semelhança do que aconteceu na Grécia e na Irlanda, o FMI, a Comissão Europeia e o BCE deverão impor a Portugal mais cortes nos salários da Função Pública e nas pensões e um aumento de impostos, de acordo com a imprensa de hoje.

 

O Plano de Ajuda a Portugal está no centro das atenções da imprensa nacional. O “Correio da Manhã” noticia que a “troika” já referiu, em várias reuniões, mais cortes nos salários da Função Pública por um período de cinco anos, ou seja, até 2016. 

Se esta medida avançar, os funcionários do Estado que ganham mais de 1.500 euros por mês vão sair ainda mais penalizados, uma vez que em Janeiro deste ano já lhes foi aplicado um corte salarial médio de 5%, que durará até 2013. Nas suas anteriores intervenções (Grécia e Irlanda), o FMIcomeçou por cortar precisamente nos salários dos funcionários públicos pois é uma medida que permite obter resultados rápidos.

Já o “Diário de Notícias” dá como certo o aumento do IVA, o corte nas pensões e a flexibilização dos despedimentos – algo a que o próprio José Sócrates abriu caminho na concertação social. O "DN" diz ainda que se pode pôr fim às restrições no acesso às profissões o que, a confirmar-se em Portugal, poderá implicar a proibição de exames de acesso às ordens"

Prazo de redução do défice pode ser adiado um ou dois anos

Tal como o Negócios já tinha avançado ontem, o "Público" faz hoje manchete com o quase certo adiamento do prazo da redução do défice para 3%. O Executivo de José Sócrates tinha-se comprometido a alcançar essa meta em 2012, mas tudo indica que a “troika” permitirá que o prazo seja estendido até 2013, tal como noutros países. 

O “Público” diz ainda que esse prazo pode ser dilatado até 2014, se o processo de negociação seguir as linhas gregas e irlandesas, em que a UE e o FMI deram um ano extra para a consolidação das contas. Por sua vez, o “i” diz que a “troika” admite um défice de 6% para este ano em vez dos 4,6% estabelecidos pelo Governo.

Esta questão do prazo da redução do défice é aliás a questão que estará a atrasar a conclusão do programa, escreve hoje o Negócios. Ontem, o “Expresso” avançou que a "troika" estava prestes a concluir a proposta que deveria ser entregue ao Governo neste fim-de-semana mas, ao Negócios, o porta-voz do comissário europeu para os assuntos monetários e financeiros, Olli Rehn, disse que a notícia “pura e simplesmente não é verdadeira”. Portugal está já a ser o caso mais demorado, depois de um entendimento de dez dias na Grécia e de um acordo técnico em sete dias na Irlanda.

O “Diário Económico” faz manchete com o apoio formal dos partidos que está a ser exigido por Bruxelas para “garantir o empréstimo” que será mesmo, de acordo com uma fonte do Executivo Comunitário, de 80 mil milhões de euros.

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