Governo quer que saiam 10 mil funcionários do Estado
O dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (SINTAP), José Abraão, disse esta quarta-feira ao CM discordar com a medida avançada pelo Governo que visa reduzir 10 mil funcionários públicos até 2014.
Os sindicatos estão preocupados com a possibilidade do Governo aumentar a meta de redução de funcionários públicos de 1 para 2 por cento ao ano até 2014, o que significa que terão de sair anualmente cerca de dez mil trabalhadores e não cinco mil como estava previsto no memorando da troika, como noticia esta quarta-feira o Diário Económico.
O dirigente do SINTAP, José Abraão, disse hoje ao CM que esta duplicação das saídas de pessoal na Função Pública é "o caminho mais errado no que concerne aos serviços públicos".
"Esta medida irá criar apenas mais instabilidade e mais insegurança, contribuindo para uma degradação dos serviços", afirmou o dirigente sindical.
Para José Abraão, este é um caminho implícito para chegar à privatização dos serviços públicos, objectivo com o qual o sindicato está "completamente contra".
O dirigente do SINTAP critica ainda o controlo mais rigoroso das admissões no Estado, considerando que se trata de uma imposição que não tem em conta os trabalhadores. Não havendo uma substituição daqueles que se aposentam, as pessoas passarão " a trabalhar mais e a receber menos", disse José Abraão ao CM.
O presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Bettencourt Picanço, disse estar mais preocupado que o Governo não substitua de forma adequada os funcionários que deverão sair do Estado.
"A medida, a ser implementada, causa-nos grande preocupação não pelo número de trabalhadores que saem, mas sim a sua substituição", adiantou à agência Lusa Bettencourt Picanço.
O ministro das Finanças Vítor Gaspar deverá explicar esta e outras medidas esta quarta-feira, às 15h00 horas.
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