O Governo francês apresentou hoje o projecto do Orçamento de Estado para o próximo ano. Pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra Mundial, a França vai cortar na despesa estatal. Há novos impostos e as bebidas com adição de açúcar não vão escapar.
A França vai suprimir 30,4 mil postos de trabalho da Administração Pública no próximo ano.
Esta é uma das medidas que vai permitir a redução em 15 mil milhões de euros do défice orçamental do país, como indicou hoje o Executivo gaulês no projecto do Orçamento do Estado para 2012.
O corte de mais de 30 mil postos de trabalho de funcionários públicos será acompanhado pela substituição de apenas um por cada dois postos deixados vagos por reformados.
A medida faz parte do controlo de despesas do Orçamento, um dos três eixos da estratégia do Executivo gaulês, apresentada hoje pelos ministros do Orçamento, Valérie Pécresse, e da Economia, François Baroin.
“É um momento histórico. Pela primeira vez desde 1945, as despesas públicas interanuais vão descer”, indicou Pécresse, citada pela Associated Press.
Os outros dois eixos indicados no Orçamento são as receitas suplementares e a preservação de uma fiscalidade que não pese sobre o emprego e sobre a fiscalidade, de acordo com a página de Internet da “La Tribune”.
Sumos com adição de açúcar vão ser taxados
Muitos dos novos impostos foram já anunciados quando foi apresentado o plano de austeridade em Agosto, como forma de combater a pressão nos mercados financeiros.
A contribuição excepcional de 3% sobre os rendimentos acima de 500 mil euros por ano é um dos exemplos, ao qual se junta, por exemplo, um imposto sobre as sodas. As bebidas com adição de açúcar e as águas aromatizadas serão acompanhadas de uma taxa de um cêntimo por cada lata de 33 centilitros.
O documento foi hoje apresentado com o propósito de reduzir o défice público de 5,7% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2011, para 4,5%, no próximo ano. Ou seja, passar de 95,5 mil milhões de euros para 81,8 mil milhões. Já, para 2013, a meta é de um défice de 3%.
“A redução da dívida é a prioridade. Tal acontece se reduzirmos primeiro o défice público”, indicou o ministério do Orçamento. “A dívida vai cair quando o défice descer abaixo de 3% do PIB. O ponto de viragem será em 2013”, continuou a assinalar Valérie Pécresse.
Para este e para o próximo ano, o Ministério das Finanças prevê um crescimento da economia de 1,7%. Números que poderão ser revistos devido à crise da dívida que assola o Velho Continente.
“Estamos a ser escrutinados. Precisamos de continuar a respeitar os nossos compromissos”, salientou a ministra do Orçamento, referindo-se à pressão imposta pelos investidores no mercado de dívida - que pedem maiores rendibilidades para deterem títulos de dívida franceses.
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