Governo britânico tenta combater défice e cortar na despesa pública
A Função Pública no Reino Unido terá aumentos dos salários limitados a um por cento e o aumento da idade de aposentação para os 67 anos será antecipado, anunciou esta terça-feira o ministro das Finanças britânico.
Estas são algumas das medidas propostas por George Osborne para tentar cortar na despesa pública e tentar combater o défice, depois de rever em baixa o crescimento económico para os próximos anos.
Assim, decretou que os funcionários públicos - cujos salários estão congelados até 2013, - só possam ver as remunerações subir um por cento nos dois anos seguintes, prevendo poupar mil milhões de libras (1,17 mil milhões de euros). Resolveu também antecipar a aposentação aos 67 anos para 2026, antecipando em cerca de dez anos o que tinha programado em 2010.
«O clima actual exige que tomemos uma ação adicional sobre o endividamento para assegurar que o Reino Unido vive dentro das suas posses», justificou, durante a apresentação do panorama orçamental para 2012.
Além do aumento da esperança de vida, o ministro disse que esta medida permitiria poupar 59 mil milhões de libras (69 mil milhões de euros).
Para compensar, o governo pretende usar estas poupanças para financiar projetos em infraestruturas e na educação nos próximos três anos e tentar estimular a economia.
Como boas notícias anunciou o adiamento do aumento do custo do combustível e limitou os aumentos nos títulos dos transportes.
O ministro admitiu que o governo vai falhar o objectivo de eliminar o défice até ao fim do mandato, em 2015, quando este deverá situar-se nos 2,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
Até abril de 2012, quando termina o ano fiscal britânico, o governo estima que o défice atinja os 6,4 por cento e desça anualmente para 5,5 por cento e quatro por cento até 2014.
Para o partido Trabalhista, na oposição, estes números mostram um «fracasso verdadeiramente colossal».
Para o responsável pelos assuntos financeiros, Ed Balls, as perspetivas são de baixo crescimento, desemprego elevado e mais endividamento do que inicialmente estava previsto.
«O resultado é que a estratégia económica e fiscal está em cacos».
O partido Trabalhista é crítico da política de austeridade do governo de coligação entre o partido Conservador e Liberais Democratas, defendendo menores cortes e mais investimento em escolas, transportes e estradas para estimular a economia.
Algumas das ideias que defende são a redução do IVA e um imposto sobre os bónus dos banqueiros.