Novo governo espanhol anunciará na sexta-feira os primeiros cortes
O congelamento dos salários da Função Pública deverá ser uma das medidas anunciadas ainda esta semana pelo novo governo espanhol com vista a reduzir a despesa do Estado.
O executivo liderado por Mariano Rajoy, que tomou posse na semana passada, tem até à próxima sexta-feira para aprovar um orçamento rectificativo para o que resta do ano fiscal de 2011 e começar desde já a cumprir a promessa de cortar 16 500 milhões de euros na despesa pública até final de 2012. Uma das medidas imediatas será o congelamento dos salários dos funcionários públicos, aos quais deverá juntar-se, segundo a imprensa, a suspensão de grandes obras públicas, como a construção da ligação do AVE (comboio de alta velocidade) à Galiza.
O ministro da Economia, Luis de Guindos, anunciou ontem que Espanha voltará a entrar em recessão no início de 2012 devido à acumulação de dois trimestres consecutivos de contracção.
Espanha ajusta pensões à inflação e deixa de contratar funcionários públicos
As pensões dos espanhóis vão ser actualizadas para se ajustarem à inflação no final deste ano, anunciou hoje a vice-primeira-ministra de Espanha, Soraya Saenz de Santamaría (na foto).
Esta foi uma das medidas hoje avançadas pelo número dois do Governo de Mariano Rajoy, que realizou hoje o seu primeiro conselho de ministros.
A actualização de pensões a 30 de Dezembro em Espanha compara com o aumento de 3,1% das pensões abaixo de 246 euros em Portugal e de um congelamento ou corte parcial, ou total, das pensões para os reformados que recebem acima desse montante.
Também foi hoje indicado pela porta-voz do Executivo espanhol que a taxa de substituição na função pública é “zero”. Quer isto dizer que a Administração Públicaespanhola não vai admitir nenhum trabalhador quando houver trabalhadores a sair da função pública.
Há excepções admitidas, caso se verifique que as forças de segurança do Estado ou mesmo outros “serviços públicos essenciais” são afectadas pela medida, de acordo com Santamaría, citada pelo “Cinco Días”. Em Portugal, o controlo de admissões na função pública é, igualmente, apertado, havendo também espaços para excepções.
Na próxima sexta-feira, vai realizar-se um novo conselho de ministros onde serão aprovadas estas e outras medidas orçamentais “urgentes”.