Funcionários públicos perdem 174 euros por cada 1000 de salário.
Austeridade tira poder de compra
Os funcionários públicos e reformados vão ter uma quebra real no rendimento de 17,4 pontos percentuais em 2012 devido, em grande parte, à eliminação dos subsídios de Natal e férias. Se olharmos desde 2000, em doze anos a perda do poder de compra de quem trabalha para o Estado chega aos 35 pontos percentuais. São 350 euros por cada mil euros de salário.
Os dados, do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), recordam ainda que o Governo vai executar o maior esforço de redução da despesa com pessoal da Administração Pública em 2012 de toda a União Europeia, alertando para os problemas que se colocam aos trabalhadores do Estado num cenário de contracção da economia e níveis de desemprego recorde.
Os trabalhadores, em média, têm uma perda real na remuneração de 5,4 por cento. É a maior quebra de poder de compra desde 1985 e a mais significativa dos 27 Estados-membros. Já em 2011 a quebra real tinha sido de 3,5 pontos percentuais. Com menos rendimento disponível, os portugueses vão ter de fazer melhor contas à vida para lidar com os aumentos nos impostos, preços e tarifas, que já foram anunciados pelo Executivo.
SITUAÇÃO PODE SER "EXPLOSIVA"
Com o título "É isto que se quer para Portugal?", o sindicato dirigido por Bettencourt Picanço alerta que a redução do salário em simultâneo com a subida de preços e dos impostos, num contexto de elevado endividamento das famílias, tenderá a ser uma combinação explosiva para muitos trabalhadores.