A dívida pública portuguesa em percentagem do Produto Interno Bruto atingiu os 110,1% no final do terceiro trimestre, um nível que está dentro do cenário FMI. Este crescimento do endividamento era esperado, tendo em conta o processo de ajustamento das contas públicas e volume de ajuda financeira externa.
No cenário base do FMI, a dívida pública portuguesa em face do PIB vai chegar próximo dos 120% a meio deste ano, e iniciará um curso descendente lento no início de 2013.
Ainda no cenário base do FMI para a evolução da dívida pública de Portugal em percentagem do PIB, registar-se-á uma queda acentuada entre 2019 e 2020, regressando ao nível dos 100%, continuando depois uma trajetória descendente. Por volta do ano de 2030, a dívida estará próximo dos 70%.
Para já, Portugal está com um nível de endividamento que é apenas superado na UE pela Grécia, com 159,1%, e pela Itália, com 119,6%, enquanto a Irlanda registou, no final do terceiro trimestre, e de acordo com o Eurostat, um nível de endividamento de 104.9%. O objetivo central é registar um nível de endividamento público não superior a 60% do PIB. Entre os segundo e terceiro trimestres, Portugal registou um agravamento de 3,6 pontos percentuais, fruto no programa de ajuda externa. O cenário base do FMI é mais conservador do que o valor inscrito pelo Governo no OE, que anuncia uma subida do endividamento versus PIB de 110,5%. Recorde-se que a dívida pública média nos 17 países da Zona Euro está nos 87,4% e melhora no conjunto dos 27 da UE, para os 82,2%.
Ainda em Portugal, o Governo deverá fechar 2011 com um défice da Administração Pública em percentagem do PIB da ordem dos 4%, graças às transferências dos fundos de pensões dos bancos para a Segurança Social, quando a expectativa do Governo se situava nos 5,9%. Entretanto, no subsector Estado, as receitas fiscais cresceram 6%, contra um objetivo de 5,8%.
Défice externo
O Banco de Portugal prevê uma redução do défice externo para 1,6% do PIB até final de 2012, quando, no terceiro trimestre de 2011, o défice externo se situava nos 6,9%. O setor bancário tem um dado um contributo relevante nesta redução.
Despesa
Dentro do sub-setor Estado, a despesa total em Portugal caiu 3,6%, quando a previsão de queda do executivo não ia além dos 1,9%. Tendo em conta que a receita superou ligeiramente o objetivo, regista-se uma nítida consolidação orçamental.