No próximo ano, os trabalhadores do Estado não ficarão sem subsídios, mas voltarão a ser mais penalizados do que os colegas do privado.
O princípio de que a austeridade deve recair mais sobre os trabalhadores do Estado, que tem sido defendido por Paulo Portas, é partilhado pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Finanças, e deverá enformar o Orçamento do Estado para 2013.
A solução em que Vítor Gaspar está a trabalhar, para contornar o acórdão do Tribunal Constitucional que chumbou os cortes nos subsídios dos funcionários públicos e pensionistas (que valiam dois mil milhões), vai manter a discriminação entre os dois mundos. A penalização maior sobre os funcionários do Estado vai repetir-se no ano que vem, embora de forma menos acentuada do que em 2012.
"Equidade não significa ser igual", afirmou ao Expresso um membro do Governo, insistindo na tecla das vantagens que os trabalhadores do público já têm sobre todos os outros - no que toca à média salarial, à segurança no emprego e ao sistema de saúde. "Vamos continuar a tratar de forma diferente o que é diferente, e a equidade é isso mesmo", acrescenta a mesma fonte.