Naquela que foi a maior Greve Geral de sempre verificada em Portugal, os trabalhadores deram ontem uma resposta massiva e clara de oposição à política de ultra‐austeridade que o Governo tem vindo a impor no país, e que apenas tem conduzido a mais desemprego, a mais pobreza, à diminuição generalizada de direitos de todos os cidadãos e à completa degradação do Estado Social e da economia.
A FESAP quer saudar os trabalhadores portugueses em geral e, muito em particular, os trabalhadores da Administração Pública que, com muito sacrifício e prescindindo de um dia de salário, juntaram as suas vozes para demonstrar ao Governo que estão unidos e dispostos a lutar intransigentemente pela defesa do Estado Social, do seus postos de trabalho e do direito ao emprego como meios essenciais para caminharmos no sentido de uma sociedade próspera e solidária.
É cada vez mais evidente que o rumo das políticas seguidas pelo Governo está errado e que é preciso, sem mais demora, apostar em políticas promotoras do emprego e do crescimento, claramente incompatíveis com a austeridade desenfreada.
O Governo não pode continuar a agir como se os direitos conquistados pelos trabalhadores ao longo de muitas décadas pudessem ser atropelados em nome de uma qualquer ideologia experimentalista e autista. Nem o Governo pode fazê‐lo, nem tão pouco os trabalhadores aceitarão que tal aconteça.
Através da Greve Geral de ontem, cujas taxas de adesão foram muito significativas em todos os sectores de actividade (apesar da maior expressão verificada no sector público), os trabalhadores portugueses deixaram uma mensagem clara de que uma governação feita contra os trabalhadores e os direitos de cidadania está, à partida, condenada ao fracasso.
A FESAP quer ainda saudar de forma especial todos os seus dirigentes, delegados e activistas sindicais que deram tudo quanto têm para informar e sensibilizar os trabalhadores e a população para a necessidade de dizer basta à política de empobrecimento levada a cabo pelo Governo. Foi um trabalho árduo mas que certamente dará os seus frutos.
Por isso, não aceitaremos mais imposição, nomeadamente no que diz respeito ao aumento do horário de trabalho, sem contrapartida salarial, nem quanto à requalificação profissional/mobilidade (antêcamara dos despedimentos).
Perante o sucesso desta Greve Geral, a FESAP exige maior abertura e seriedade, tendo em vista uma negociação colectiva que respeite as especificidades de todas as carreiras e de todos os sectores da Administração Pública.
Não à austeridade! Não à retirada de direitos! Não ao empobrecimento!
Sim ao Estado Social! Sim ao direito ao trabalho!
Lisboa, 28 de Junho de 2013