Primeiro-ministro comenta défice de 10,6%, considerando que os portugueses têm razões para estar "mais optimistas".
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, argumentou hoje que o limite para o défice para este ano, de 5,5%, "é perfeitamente alcançável". O chefe do Governo falava em Bruxelas, numa conferência de imprensa após a cimeira europeia, em reacção aos dados revelados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que apontam para um défice orçamental de 10,6% no primeiro trimestre.
O défice teria ficado nos 8,8% do PIB sem a reclassificação dos 700 milhões de euros gastos pelo Estado com a recapitalização do Banif.
Passos Coelho considerou que o valor do primeiro trimestre "compara bem com o valor do ano anterior", mas admitiu que será maior devido à decisão do Tribunal Constitucional, que obrigou à reposição dos subsídios de férias à função pública e pensionistas.
Esta situação "corresponde a um agravamento do défice enquanto despesa pública, face a 2012", sublinhou o primeiro-ministro. Porém, assegurou que Portugal tem "todas as possibilidades de atingir o défice de 5,5%" este ano. "Deve ser uma boa razão para estarmos mais optimistas", concluiu Passos Coelho.
Empresas devem estar "menos pessimistas"
O chefe do Governo comentou ainda os apoios europeus para o combate ao desemprego jovem, aprovados na cimeira europeia: "Espero que estes programas possam ter plena execução". Passos Coelho disse, no entanto, que estas medidas são dirigidas para o curto e médio prazo, lembrando que "só o crescimento da economia é gerador de emprego".
"Precisamos de ter níveis de financiamento adequados às empresas", defendeu o primeiro-ministro, referindo que "as empresas têm razões para estar menos pessimistas", tendo em consideração os vários instrumentos de apoio como as linhas de crédito ou as políticas de emprego.
Passos Coelho lembrou que o índice de produção industrial, divulgado hoje pelo INE, "rompeu a tendência de queda que se verificada desde 2011" e que Portugal está a caminhar para um nível de actividade "que não é tão recessivo como se esperava".
"Esperamos que até final do ano haja viragem da tendência económica", disse o chefe do Governo.