Podem parecer milhões (são 26 milhões de euros do Orçamento do Estado) mas para os sindicatos são tostões os aumentos na Administração Pública para este ano. Os sindicatos já agitam bandeiras.
O aumento de dez euros para os escalões de salários mais baixos da administração pública vão ter um impacto de 26 milhões de euros no Orçamento de Estado. No final da ronda negocial o Secretário de Estado da Administração Pública, José Couto, disse aos jornalistas que o Governo não podia ir mais longe e promete daqui a dois anos aumentos sempre indexados à inflação, sendo que no próximo ano será no mínimo 1% de aumento.
Mas este ano teria que ser assim com "um aumento de 10 euros até ao nível cinco da tabela remuneratória" e 0,3% para todos os outros. "Foi essa a solução a que se chegou", adianta José Couto.
Para o Secretário de Estado "o aumento extraordinário dos primeiros níveis remuneratórios a que acresce os 0,3% cifra-se em valores aproximados de 95 milhões de euros", 26 milhões dos quais são dedicados ao aumento de 10 euros anunciado esta quarta-feira.
Por outro lado matérias como a reposição dos 25 dias férias e o aumento do subsidio de refeição ficam para negociações futuras com impacto nos próximos anos.
Uma atitude que leva sindicatos como a FESAP a dizerem que estas negociações são um "embuste" porque, de acordo com o dirigente sindical José Abraão o Governo deixa de fora milhares de trabalhadores.
"Neste quadro ficam 650 mil trabalhadores com aumentos de 0,3% o que é ridículo e inaceitável", argumenta o sindicalista.
De acordo com José Abraão "o Governo nem sequer considerou uma proposta plurianual que considerasse a matéria dos salários para 2020 e para 2021", conclui.
Assim, a FESAP já tem plenário marcado onde vai avaliar diferentes formas de luta que podem passar por uma manifestação nacional.