O ganho médio mensal nas administrações públicas é estimado, para janeiro de 2021, em 1.798,20 euros, mais 1,7% do que há um ano.
Há mais funcionários públicos do que há um ano, especialmente devido ao reforço das atividades de saúde humana e apoio social, segundo revela a Síntese Estatística do Emprego Público (SIEP). São quase 726 mil funcionários públicos que levam a máquina do Estado a níveis próximos do pré-troika.
“A 31 de março de 2021, o emprego no setor das administrações públicas situou-se em 725.775 postos de trabalho, assinalando um aumento de 1% face ao trimestre anterior e um aumento de 3,0% face ao trimestre homólogo“, explica o relatório trimestral. A administração central teve o maior aumento, de 3,3%, correspondente a mais 17.614 postos de trabalho, seguindo-se a administração local com um reforço de 2,5% ou 3.044 empregos.
As Entidades Públicas Empresariais (EPE) do Sistema Nacional de Saúde (SNS) ganharam 7.892 funcionários. “Entre as carreiras que mais contribuíram para esse aumento salientam-se, nas EPE do SNS, as carreiras de assistente operacional (+2 868), de enfermeiro (+2 695), de médico (+843) e de técnico de diagnóstico e terapêutica (+676)”. Já os estabelecimentos de Educação e Ensino Básico e Secundário aumentaram o emprego em 5.917, incluindo 3.473 educadores de Infância e Docentes do Ensino Básico e Secundário, bem como 1.785 assistentes operacionais.
Ganho mensal médio sobe para 1.798,20 euros
Em janeiro de 2021, o valor da remuneração base média mensal dos trabalhadores, a tempo completo, no setor das administrações públicas situava-se em cerca de 1.527,40 euros, correspondendo a uma variação global média de -0,3%, em relação ao mês de referência do trimestre precedente (outubro 2020), e a uma variação homóloga de 0,6%, por efeito essencialmente da atualização do valor da Retribuição Mínima Mensal Garantida (RMMG) e do valor da base remuneratória, atualmente nos 665 euros.
O ganho médio mensal nas administrações públicas é estimado, para janeiro de 2021, em 1.798,20 euros, correspondendo a uma variação global no trimestre de 0,5%, e a uma variação homóloga de +1,7%. “A variação homóloga resulta sobretudo do aumento da remuneração base média mensal e da diminuição global da importância das restantes componentes do ganho, como prémios e subsídios ou suplementos regulares, e pagamentos por horas suplementares ou extraordinárias”, acrescenta o relatório.
Os números são conhecidos em vésperas de uma greve dos trabalhadores da Administração Pública marcada pela Frente Comum para dia 20, na qual vão reivindicar aumentos dos salários e da valorização das carreiras, mas também a revogação do atual sistema de avaliação de desempenho dos trabalhadores do Estado (SIADAP), cuja revisão está a ser negociada entre os sindicatos e o Governo.